Com UMS, EAS se aproxima de 80 reparos entregues em menos de 5 anos

  • 29/09/2025

Estratégia adotada pelo estaleiro no final de 2020 atraiu armadores de cabotagem e de apoio marítimo, além de diversificar serviços em ativos offshore

O Estaleiro Atlântico Sul (PE) se aproxima da marca de 80 reparos entregues a seus clientes em menos de cinco anos, considerando os contratos firmados desde o final de 2020, quando o EAS adotou a estratégia de fortalecer a oferta de serviços em suas instalações. No último dia 11 de setembro, o estaleiro localizado em Ipojuca entregou a Unidade de Manutenção e Segurança (UMS) Reliance I, da GranEnergia. Foi a 8ª embarcação entregue este ano e a 78ª unidade nesse período.

As docagens e atracações de embarcações realizadas do final de 2020 até agora incluem desde conteineiros e graneleiros a dragas, tankers e PSLVs (lançamento de linhas), navios de produtos químicos, entre outros tipos de navios e ativos offshore. De acordo com o EAS, os principais clientes são armadores de cabotagem que operam na costa brasileira, além de empresas do setor de petróleo e gás, que demandam serviços para barcos de apoio marítimo, plataformas, flotéis e sondas.

A embarcação da GranEnergia, do tipo UMS, foi projetada para serviços de acomodação, com capacidade para 500 pessoas e suporte a plataformas offshore, passou por um processo de revitalização para ser incorporada à frota da GranEnergia, que passará a operar para a Petrobras. A avaliação do EAS é que essa entrega do Reliance comprova a capacidade do estaleiro para reparação de embarcações de grande porte, do segmento offshore e de alta complexidade.

O projeto, segundo o EAS, incluiu um reparo de classe completo, manutenção dos propulsores e melhorias nas acomodações. O estaleiro reformou os anchor racks, instalou o sistema de tratamento de lastro (BWTS, na sigla em inglês) e fabricou nova plataforma de acesso e berço de descanso do gangway.

Durante a 19ª Navalshore, o CEO do EAS, Roberto Brisolla, disse à Portos e Navios que a estratégia de diversificar e se especializar em algumas atividades vem ajudando na recuperação financeira do estaleiro e na manutenção de uma ‘espinha dorsal’ de mão de obra própria da equipe.

Atualmente, o EAS conta com aproximadamente 400 pessoas em seu quadro fixo, focadas em reparo, e com um quadro flutuante de outras 100 a 300 pessoas que podem ser mobilizadas mais prontamente. Grande parte do banco de profissionais treinados pelo EAS participou do último ciclo da construção naval e retornou ao estaleiro nos últimos anos.

O CEO considera que o EAS conseguiu se tornar alternativa e captar armadores de cabotagem que antes levavam seus navios para reparos na Europa ou na Ásia. “Nos consolidamos como um grande estaleiro de reparo no Brasil para atender embarcações de maior porte que antes não podiam ser atendidas aqui por falta de estaleiro ou de infraestrutura capaz de suprir”, afirmou Brisolla.

Uma das estratégias adotadas em 2025 pelo EAS, que foi projetado vocacionado para construção naval, é o uso do Goliath para o içamento de embarcações para o reparo, sem a necessidade de ocupar o dique. Esse guindaste tem capacidade grande para içar embarcações do porte de barcos de apoio para reparo. “Nosso plano de entrada no reparo se consolidou e hoje é um business estável no estaleiro e temos diversificado, buscando melhorar produtividade para melhorar a rentabilidade”, celebrou o executivo.

Brisolla lembrou que o EAS interrompeu a construção de navios em 2019, devido à falta de encomendas no setor naval naquele período, e  frisou que, com cinco anos de reparo, já foi possível formar um cluster de fornecedores que atendem demandas mais contínuas de reparo, como serviços especializados e materiais solicitados continuamente. Ele ressaltou que grande parte das atividades é feita com mão de obra própria do estaleiro, que praticamente não subcontrata serviços de terceiros. “Quando aquece a atividade, a economia local começa a se desenvolver para suprir”, afirma Brisolla.

Fonte: Portos e Navios – Danilo Oliveira