O debate sobre a maior competitividade na atividade de EPC (Engineering, Procurement, Construction – Engenharia, Aquisições e Construção), promovido pelo Centro de Excelência em EPC, analisou os desafios de atender as demandas decorrentes de investimentos estimados em US$ 400 bilhões, nos próximos dez anos no setor de petróleo e gás. [Clique aqui e veja a integra do estudo da Booz & Co. produzido para a ONIP].
O presidente do Centro de Excelência em EPC, Laerte Galhardo, apresentou as pesquisas que a entidade vem realizando sobre redução de custos, métricas de desempenho, modelos de contratos e boas práticas de gestão. Laerte Galhardo destacou o papel relevante do técnico e do encarregado, que lideram as equipes em campo. Para eles deve ser direcionado o esforço da educação continuada que gera maior produtividade.
O professor Carlos Caldas, da Universidade de Austin (Texas-EUA) mostrou os resultados de suas pesquisas, enfatizando a importância dos sistemas de medir produtividade. Participaram dos debates representantes da Abimaq, Abemi, Abce, Arpel, Prominp, Sinaval, Petrobras, Statoil e Shell.
Milton Costa Filho, representando a Arpel – Associação Regional das Empresas de Petróleo e Gás da América Latina e Caribe – destacou a demanda por engenheiros nos países da América Latina em função do crescimento do PIB e aumento dos investimentos em mineração, infraestrutura e petróleo e gás.
Pedro Barusco, da Petrobras, analisou que a situação agora é melhor que há oito anos: “Agora temos uma visão clara dos desafios e um plano estratégico bem definido. Na área de projetos da Petrobras conseguimos realizar 30% mais a cada ano, um indicador de que a rede de fornecedores está respondendo”.
José Veloso, da Abimaq, aponta uma assimetria tributária que afeta os fabricantes de máquinas e equipamentos: “Os equipamentos importados tem uma grande vantagem de preço, principalmente os vindos da Ásia, por causa de incentivos e políticas de exportação. A carga tributária, o custo do capital de giro e o preço dos insumos, principalmente o aço, são os fatores que inibem a competitividade”.
Franco Papini, do Sinaval, disse que os estaleiros mantêm com a Abimaq, Abinee e Abitam um contato permanente visando ampliar o conteúdo local. Informou que além das plataformas de produção, cuja construção em série se inicia, os navios de grande porte são o novo segmento em expansão, com a demanda de 90 navios, nos próximos anos. No segmento de navios de apoio marítimo, o Brasil já é um dos maiores fabricantes mundiais. Informou que a indústria da construção naval continua investindo na construção de novos estaleiros. Destacou o arrendamento pela Petrobras do Estaleiro Inhaúma (ex-Ishibras), no bairro do Caju, na zona portuária do Rio de Janeiro.
Pedro Barusco, da Petrobras, confirmou o arrendamento do Estaleiro Inhaúma, e informou que o objetivo da Petrobras é ofertar as instalações industriais, especialmente o dique seco, para EPCistas realizarem a conversão de cascos de petroleiros em cascos de FPSOs. Segundo Pedro Barusco o mercado de fornecedores à Petrobras está se autoregulando e os preços ficam mais competitivos.