RICINO – Rede de Inovação para a Competitividade da Indústria Naval e Offshore

  • 27/10/2010

Abertura

Alceu Mariano, presidente da SOBENA; Segen Estefen, Coppe-Ufrj e Sergio Garcia, DNV, na mesa de   abertura do evento de apresentação da RICINO

Alceu Mariano, presidente da SOBENA; Segen Estefen, Coppe-Ufrj e Sergio Garcia, DNV, na mesa de
abertura do evento de apresentação da RICINO

A Rede de Inovação para Competitividade da Indústria Naval e Offshore foi apresentada formalmente à comunidade da engenharia naval em evento realizado durante o 23 Congresso da Sobena. O presidente da Sobena, Alceu Mariano de Souza, abriu o evento e disse que a Ricino surge para reunir os diversos agentes na implantação de um novo modelo de pesquisa e desenvolvimento para a indústria naval e offshore. O evento foi patrocinado pela ABDI e o Ministério de Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

A rede surgiu de uma iniciativa da Sobena e conta com o apoio do Syndarma, que representa os armadores, o SINAVAL, que representa os estaleiros e o Ceeno – Centro de Excelência em Engenharia Naval e Oceânica, que representa a academia e instituições de pesquisa.

Visão Internacional

Erik Seither (EUA); Mevi Pitkanen (Finlândia) e Armstein Eknes (Noruega) apresentam a visão internacional sobre redes de inovação na indústria naval

Erik Seither (EUA); Mevi Pitkanen (Finlândia) e Armstein Eknes (Noruega) apresentam a visão internacional sobre redes de inovação na indústria naval

Mevi Pitkanen, diretora do Programa do Polo Marítimo da Finlândia, apresentou os projetos de inovação que, em diversas etapas, promoveu avanços na rede de fornecedores para a construção de navios de passageiros, principalmente. Na Finlândia o polo naval emprega diretamente cerca de 43 mil pessoas, sendo quatro mil pessoas em estaleiros e a maioria na indústria fornecedora e no desenvolvimento de tecnologia e inovação. Informou que a Finlândia investe atualmente cerca de 20 milhões de Euros em desenvolvimento de tecnologia naval. Existe competição comercial, mas intensa colaboração para solucionar problemas e promover inovação e avanços que aumentam a competitividade do setor no país. “Os estaleiros são integradoras responsáveis por 25% do valor da produção. A indústria fornecedora detém 75% valor da produção do setor naval. Essa é uma tendência na Europa” informou.

Erik Seither, diretor da Sociedade de Arquitetos e Engenheiros Navais dos EUA, destacou a importância das redes de inovação que precisam de tempo para criar iniciativas cujos resultados são profundos e duradouros. “Os resultados da rede de inovação são tecnologias de grande aplicação comercial, novas práticas e regulamentos”, disse. Ressaltou o trabalho realizado pela National Shipbuilding Research Program, do Ship Structure Comittee e do Naval Engineers Education Consortium. Disse da importância de ter um programa de informação aos jovens para despertar o interesse na carreira de engenharia naval, atividade essencial para assegurar renovação de talentos.

Armstein Eknes, diretor da Iniciativa de Pesquisa da Indústria Marítima da Noruega – Maritim21 – disse que a rede de inovação e competitividade é um trabalho voluntário realizado pelos representantes dos diversos segmentos da indústria marítima. Os documentos produzidos orientam as políticas de estado para financiamento a fundo perdido de desenvolvimento de tecnologias. Destacou que na Noruega, ao contrário da Finlândia, os armadores representam 48% da criação de valor no segmento, fornecedores de navipeças representam 24%, serviços representam 19% e os estaleiros contribuem com 8%. Ressaltou a diferença entre invenção e inovação, informando que a inovação é o uso prático do conhecimento. Nessa rede o governo investe US$ 90 milhões em riscos de desenvolvimento de tecnologias junto a empresas. Cerca de 100 mil pessoas estão empregadas no segmento naval. A Noruega se caracteriza por ter um ambiente empresarial com pouca hierarquia, os trabalhadores são incluídos nos sistemas de inovação e beneficiados pelo aumento da produtividade. A visão é manter a Noruega em aperfeiçoamento para ser o melhor ambiente de negócios no cenário internacional.

Política de Desenvolvimento Produtivo

Carlos Macedo (MDIC), Jorge Boeira (Abdi), Prof. Floriano Pires (Coppe-Ufrj) e Rogerio Boeira (BNDES)

Carlos Macedo (MDIC), Jorge Boeira (Abdi), Prof. Floriano Pires (Coppe-Ufrj) e Rogerio Boeira (BNDES)

Carlos Macedo, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), apresentou a política de desenvolvimento produtivo para o setor naval em três fases. Na primeira a demanda promove a reativação e consolidação dos estaleiros, criando a indústria naval local e estabelecendo o mercado para a rede de fornecedores. Nesse momento o conteúdo local ainda é baixo. Na segunda fase ocorre o estímulo à indústria fornecedora para adensamento da cadeira produtiva. É o estágio em que nos encontramos. Na terceira fase há pesquisa e desenvolvimento de tecnologia, capacitação de pessoal e liderança. É a fase que levará o país a competir no mercado internacional.

Catálogo de Navipeças

Jorge Boeira, da ABDI, apresentou o catálogo de navipeças que visa aproximar os fornecedores dos demandantes. Explicou o sistema de cadastramento dos fornecedores, através de um sistema de análise. Atualmente existem 386 empresas fornecedores cadastradas, 126 aprovadas em processo de cadastramento e 152 empresas iniciando processo de cadastramento. O próximo passo é iniciar o processo de encontros e rodadas comerciais com a participação da ONIP e do SINAVAL. Estão em expansão as comissões técnicas de certificação que passarão a incluir a padronização de serviços aos estaleiros, visando ampliar o nível do outsourcing (serviços de processamento industrial).

BNDES – Departamento de Cadeia Produtiva

Rogério Boeira, do BNDES, apresentou as linhas de crédito do BNDES que serão gerenciadas pelo recém-criado Departamento de Cadeia Produtiva, entre quais está à indústria naval. As linhas de financiamento e fundos que apoiam a são os seguintes:

Fundo Tecnológico – BNDES Funtec
Destinado a instituições tecnológicas e de apoio, visa apoiar projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação nas seguintes áreas: bioenergia, meio ambiente, saúde, eletrônica, novos materiais, química, transportes e petróleo e gás.

BNDES Proengenharia
Financiamento à engenharia nos setores de Bens de Capital, Defesa, Automotivo, Aeronáutico, Aeroespacial, Nuclear e na cadeia de fornecedores das indústrias de Petróleo e Gás e Naval.

BNDES Prosoft
Apoio ao desenvolvimento da indústria nacional de software e serviços de Tecnologia da Informação (TI).

BNDES PSI – Inovação
Apoio às empresas e projetos que podem ser enquadrados nas linhas de inovação descritas acima, com taxas de juros reduzidas.

Programa CRIATEC
Fundo de capital semente que tem como objetivo a capitalização de micro e pequenas empresas inovadoras.

Núcleos RICINO

Sergio Garcia, do DNV e coordenador da rede, apresentou o formato atual da RICINO com três núcleos temáticos: Tecnologia da construção e reparação naval e offshore; Projetos de embarcações e sistema offshore; Cadeia produtiva. Dois núcleos regionais: Recife (PE) e Rio Grande (RS). Cada núcleo é dirigido por um comitê gestor.

As apresentações de cada um dos núcleos foram apresentadas por:
Carlos Padovezi – Gestão da Cadeia de Suprimentos;
Helio Morishita – Núcleo de Projeto;
Segen Estefen– Núcleo de Tecnologia da Construção;
Armando Shinohara – Núcleo Regional de Recife;
Silvia Botelho – Núcleo Regional de Rio Grande.

Proposição para o Plano  Nacional de Capacitação Tecnológica da Indústria Naval e Offshore Brasileira

DOCUMENTO PDF 

 

 

27/10/2010|Seção: SINAVAL Informa|Tags: |