Discurso do Dr. Ariovaldo Rocha na palestra do Presidente Lula no Estaleiro Mauá

  • 19/09/2011

Autoridades presentes;
Senhores empresários e trabalhadores da Indústria Naval e Offshore;
Senhoras e Senhores;
Nosso muito querido Presidente Lula.

Esta palestra que ouviremos daqui a pouco será um dos momentos mais importantes da trajetória vitoriosa de nossa Indústria Naval.

O convite ao Presidente Lula é a demonstração de nosso reconhecimento a quem tanto nos ajudou a chegar à posição que hoje ostentamos na economia do Brasil e no panorama internacional de nosso segmento industrial.

O Presidente Lula, mesmo antes de sua eleição para o primeiro mandato, em 2003, já nos sinalizava uma vontade política inabalável: proporcionar ao Brasil a oportunidade de ter novamente uma indústria que, no passado, foi uma das mais importantes do mundo e, por isso, motivo de orgulho dos brasileiros.

A indústria naval é um projeto de Estado em todos os países em que existe. Precisa de políticas públicas e de tratamento fiscal e financeiro diferenciado. Isto foi percebido pelo Presidente Lula e por ele transmitido a todos os órgãos do Governo Federal durante seus dois mandatos.

A mesma percepção é compartilhada pela Presidenta Dilma Rousseff, que está assegurando a continuidade de nossa indústria com providências corretas e oportunas.

Os empresários e os trabalhadores da indústria naval aceitaram, nesses últimos dez anos, os inúmeros desafios que lhes foram propostos. Os empresários, com o investimento na expansão e na modernização dos antigos estaleiros e com a instalação de novas plantas industriais. Os trabalhadores , com seu entusiasmo e sua dedicação, conscientes de seu papel decisivo para o sucesso da retomada dessa indústria.

Essa atitude positiva nos marca e nos define como sociedade organizada e como País que cresce e se afirma como uma das maiores economias mundiais, mesmo nesse momento de crise financeira internacional.

Como pudemos ver no vídeo que acaba de ser exibido, a indústria da construção naval gerava cerca de dois mil empregos no ano 2000. Hoje, a geração de empregos diretos nos estaleiros é superior a 56 mil pessoas com carteira assinada. Chega a quase 90 mil empregos diretos quando consideramos os empregos na indústria náutica, que constrói embarcações para o turismo e o lazer.

Atualmente, são quase 50 estaleiros, em diversas regiões do País, que investem para atender a uma demanda muito diversificada: construção de navios de vários tipos e tamanhos, de plataformas de produção e seus módulos, de jaquetas, de sondas para exploração de petróleo.

No setor de petróleo e gás, o Brasil tem o maior programa de investimentos do mundo. O Plano de Negócios 2011–2015, recentemente divulgado pela Petrobras, aponta investimentos no valor de US$ 224,7 bilhões.

A demanda do transporte marítimo de cabotagem está em expansão. Cresce a demanda do segmento de transporte fluvial. O programa de construção de petroleiros e navios de produtos também é um dos maiores, no panorama mundial.

A geração de empregos, o aumento da renda do trabalhador e a qualificação dos recursos humanos são poderosos instrumentos de distribuição de renda e geração de riquezas.

Os estaleiros brasileiros demonstraram, nestes últimos anos, sua contribuição ao processo de desenvolvimento nacional.

O mercado representado pela indústria naval atrai investimentos internacionais que trazem novas tecnologias.

O aumento do conteúdo local nos projetos de construção naval é uma diretriz da política industrial do Governo e vem sendo estimulado pelo SINAVAL. É um dos indicadores do BNDES a partir do qual são definidas menores taxas de juros nos financiamentos com recursos do FMM. Tem um grande impacto na rede de fornecedores de nossa indústria.

Na área de relações trabalhistas, a experiência brasileira do Comitê Tripartite da Indústria Naval, formado por estaleiros, trabalhadores e o Ministério do Trabalho e Emprego, recebeu reconhecimento internacional da Organização Mundial do Trabalho. O SINAVAL tem orgulho de participar desta iniciativa, demonstrando que o desenvolvimento econômico brasileiro ocorre com valorização do trabalhador e a melhoria das condições de saúde e segurança.

Mas é essencial lembrar que sem atitude política nada disso estaria acontecendo. Sem uma visão clara da importância, para o Brasil, de uma indústria como a nossa, não teríamos sucesso em nossos esforços.

Por isso, enaltecemos a figura do Presidente Lula, que teve sensibilidade e fez o que deveria ser feito para que o Brasil voltasse a ter uma indústria naval de classe mundial.

Por isso, nossa gratidão eterna a ele, que mudou a orientação do Governo e apontou o caminho correto – o caminho da criação de empregos de qualidade; o caminho da distribuição de renda; o caminho do resgate da autoestima do trabalhador brasileiro; o caminho da retomada da indústria naval como fator do desenvolvimento de nosso País.

Nada mais adequado, portanto, que ouvirmos daqui a pouco as palavras de quem conhece nossa indústria, de quem incentivou seu crescimento, de quem mudou os destinos de milhares de pessoas, empresários e trabalhadores. E num local emblemático para a indústria naval e offshore, o Estaleiro Mauá, cuja história se entrelaça com a própria história desta indústria.

Presidente Lula: nossos agradecimentos por aceitar nosso convite para esta palestra. Será um grande prazer para todos nós ouví-lo, uma ocasião memorável para todos nós.

Muito obrigado.

19/09/2011|Seção: SINAVAL Informa|Tags: |