Para a ArcelorMittal, o pior da crise econômica ficou para trás. Enquanto o prejuízo da companhia no quarto trimestre não ofereceu nenhum motivo para comemorar, a perspectiva da siderúrgica para a futura demanda por aço — considerada um termômetro para a economia, por seu amplo uso na indústria — oferece alguma esperança de que o cenário está melhorando.
A maior siderúrgica do mundo em vendas e volumes espera que os envios de aço aumentem entre 2% e 3% neste ano, com a demanda global pelo produto em alta de cerca de 3%. A procura por aço entre os consumidores europeus tende a cair apenas 1% nos próximos 12 meses, após um recuo de 8,8% em 2012, disse a companhia.
“Embora nós esperemos que os desafios continuem em 2013, em boa parte devido à fragilidade da economia europeia, temos visto recentemente alguns indicadores mais positivos, que combinados com as medidas que implantamos para fortalecer o negócio, devem sustentar uma melhoria da rentabilidade no negócio de aço neste ano”, disse Lakshmi Mittal, presidente-executivo, em nota que acompanha o balanço.
Neste ano, as vendas de aço já começaram a avançar, disse Aditya Mittal, diretor financeiro da siderúrgica. “Estamos vendo melhoras em termos de embarques em todos os mercados, em comparação com o quarto trimestre, não importa se é nos Estados Unidos, na Europa, ou mesmo na América Latina. Então claramente o primeiro trimestre parece mais forte que o quarto trimestre”.
Segundo Mittal, mais fechamentos das operações de aço na Europa são improváveis. A companhia está“confortável” em ter 16 altos-fornos operando na Europa, disse o executivo.
“Os componente essenciais de nossa otimização de ativos foram anunciados. Isto sugere que o nível de reestruturação que fizemos é apropriado”, disse ele.
Em janeiro, a ArcelorMittal anunciou os planos de fechar uma unidade de carvão e seis linhas de acabamento em Liege, na Bélgica, devido a fraca demanda por seus produtos siderúrgicos. Em outubro de 2011, a empresa havia anunciado o fechamento permanente de dois altos-fornos. A ArcelorMittal ainda vai operar cinco linhas de acabamento na unidade, que são consideradas estrategicamente importantes para a companhia.
A siderúrgica também fechará permanentemente dois fornos em Florange, cidade francesa, após conseguir um acordo com o governo do país para manter todos os 600 postos de trabalho em meio a uma negociação delicada que impediu a nacionalização dos ativos.