Após aplicar um moderado aumento de preços em meados de janeiro, entre 3% e 6% em apenas dois produtos, a Usiminas já comunicou às distribuidoras de aços planos do país um reajuste de 6,10% a 12,70% no valor da tonelada de seus produtos laminados a partir de 1º de março. Só não terá aumento a chapa grossa.
Pressionada pelo prejuízo de R$ 531 milhões no ano passado, a siderúrgica mineira foi à luta no início deste ano para pelo menos amenizar as seguidas perdas, trimestre a trimestre, registradas em seus balanços. A avaliação, no setor, é que a empresa viu uma oportunidade de curto prazo, neste semestre, para melhorar seus ganhos financeiros. As importações caíram bastante no país a partir de dezembro, abrindo espaço para as siderúrgicas locais imporem alta de preços.
A expectativa de clientes da siderurgia é que CSN e ArcelorMittal deverão também seguir os passos da usina mineira, e reajustar os preços de seus produtos para o comércio atacadista no decorrer do mês de março. Mas deverão, antes, esperar para ver se o movimento da concorrente será aceito pelos consumidores.
Segundo uma fonte, devido aos fracos resultados de 2012, as siderúrgicas “precisam desesperadamente aumentar seus preços”. Em meados de janeiro, a Usiminas já havia aplicado reajuste de 3% para laminado a quente e mais de 5% para chapa grossa.
Os novos reajustes serão de 6,10% para laminados a frio e 12,70% para chapas zincadas – ambos usados na indústria automobilística e de eletrodomésticos. Os laminados a quente, usados para construção civil, máquinas e equipamentos e indústria de tubos terão reajuste de 7,95%.
Na avaliação de interlocutores ligados ao setor siderúrgico, ao contrário do que ocorreu nos últimos três anos, “há espaço no mercado doméstico para esse aumento”. Em 2012, os produtores siderúrgicos praticamente não tiveram aumento, com exceção da própria Usiminas, que fez um moderado reajuste no meio do ano.
Neste ano, afirmam, isso se tornou mais possível porque os preços do aço subiram no
exterior, o real desvalorizou-se e houve queda dos incentivos de alguns portos à importação do produto, o que tirou a competitividade do aço importado no mercado nacional. Ao mesmo tempo, as siderúrgicas estão pressionadas com aumento do minério de ferro, carvão, sucata, folha salarial, logística e de combustíveis.
Em janeiro, as importações de aços planos somaram 95 mil toneladas, queda de 50% ante o mesmo mês do ano passado. Desse total, 35 mil toneladas foram encomendadas pela fabricante de tubos Confab, 35 mil foram importadas pela Aço Cearense e 25 mil pelo mercado em geral. A perspectiva para 2013 é de manutenção dessa trajetória de queda, favorecendo as usinas nacionais.