A Iesa Óleo e Gás venceu no ano passado a concorrência proposta pela Tupi BV e Guará BV para o fornecimento de 24 módulos de compressão (que serão construídos em Charqueadas) a seis plataformas de petróleo. Também estava prevista no acordo a opção da entrega de mais oito módulos para outras duas plataformas replicantes do pré-sal. Fontes que acompanham de perto o negócio afirmam que essa opção será exercida.
Com isso, o valor inicial do contrato, que era de US$ 720,4 milhões, saltará para US$ 911,3 milhões. A Tupi BV tem como acionistas a Petrobras, o BG Group e a Petrogal. Já a Guará BV é formada pela Petrobras, BG Group e Repsol-Sinopec. O presidente da Iesa Óleo e Gás, Valdir Lima Carreiro, prefere não comentar esse assunto, mas informa que os trabalhos na unidade no Rio Grande do Sul começaram e que a solenidade oficial de inauguração dever ocorrer até outubro.
Atualmente, além da finalização de interligações de água, luz e esgoto desenvolvidas no complexo, a Metasa (fornecedora da Iesa) iniciou a montagem das estruturas metálicas chamadas de pancakes (espécie de base que serve de apoio para os componentes dos módulos). Carreiro recorda que a Metasa está instalando uma fábrica ao lado do canteiro da Iesa. No entanto, como não haveria tempo suficiente para a empresa concluir essa unidade, foi desencadeado um “plano B”, e a Metasa está utilizando o terreno da sua vizinha.
As primeiras encomendas da planta de Charqueadas serão entregues no dia 19 de julho de 2014, conforme está no contrato. As últimas deverão ser finalizadas até 2017. A aquisição de equipamentos e a construção da unidade da Iesa no Estado absorverão um investimento total de R$ 104 milhões. Na implantação dos módulos, de 1,2 mil a 1,3 mil trabalhadores serão empregados para atender aos contratos. O grupo não espera enfrentar muitas dificuldades para encontrar a mão de obra necessária. O diretor de operações da Iesa, Fleury Pissaia, ressalta que a mão de obra que está se apresentando é qualificada. Ele acrescenta que o processo de contratações foi iniciado para algumas funções, dependendo da necessidade.
Carreiro salienta que há uma grande oferta na região, que era muito forte no setor metalmecânico. Também não se descarta o remanejamento de pessoal que hoje atua em Rio Grande. Entre os profissionais que são procurados, estão: montadores, soldadores, eletricistas etc. A empresa possui ainda um programa de treinamento para qualificar os trabalhadores.
Uma particularidade do projeto da Iesa é que ele prevê o aproveitamento da hidrovia gaúcha para deslocar os módulos depois de prontos. O presidente da companhia adianta que a licitação para contratar a empresa especializada para fazer esse transporte encontra-se na última etapa. Apenas companhias brasileiras participam da disputa. O executivo enfatiza que a ideia é perpetuar a operação da planta no Rio Grande do Sul. Futuramente, a unidade poderá ser destinada, assim como para a construção de módulos de plataformas de petróleo, para a implementação de equipamentos para refinarias, termelétricas, entre outras possibilidades.