Entre as categorias necessárias para a área estão de soldador, chapeador, montador e encanador
Rio – Para dar conta da demanda de encomendas de navios para a Indústria Naval e offshore e a criação de 10 novos estaleiros no Brasil até 2015, o setor estima que cerca de 40 mil novos empregados serão contratados nos próximos três anos. O Sindicato Nacional da Indústria de Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval) informa que são 24 categorias profissionais necessárias.
As que mais demandam pessoal são: soldadores com 9,6 mil chances; chapeador/montador, 6,6 mil e encanador, 4,3 mil. Apesar do Sinaval não ter previsão de opotunidades para o Rio, um número considerável deve abrir em todo o estado já que 43% da mão de obra estão aqui.
A expectativa do Senai do Rio é de que cheguem a 20 mil o número de vagas abertas para cursos diretamente relacionados à área naval e de setores transversais este ano, superando os 17 mil alunos matriculados ano passado.
Dados do Ministério do Trabalho, fornecidos pelo Sistema Firjan, dão conta de que o salário médio hoje do segmento é de R$ 2.565,79. Entretanto, os ganhos de engenheiros e arquitetos, que trabalham na área, passam dos R$10 mil. Já técnicos de Nível Médio em operações industriais de planejamento e de controle de produção estão ganhando R$ 5.473.
Impulsionado pelas encomendas do setor de petróleo e gás, a construção naval cresceu 14,33% em número de trabalhadores no primeiro trimestre deste ano. Os 70.925 funcionários que estavam empregados no final de março representam o maior da história no setor, segundo o Sinaval. São 8.889 vagas a mais do que o saldo apurado em 2012.
Empregos saltaram de 2 mil para 70 mil com carteira
O presidente do Sinaval, Ariovaldo Rocha,diz que a expansão dos estaleiros brasileiros aumentou o número de empregos com carteira assinada de 2 mil, em 1999, para mais de 70 mil, atualmente. “O objetivo do Sinaval é a criação de um nova categoria profissional que tenha oportunidade de continuidade no emprego e avanço profissional por meio da qualificação continuada. Nesses 14 anos se formou a percepção sobre a demanda de pessoal. Ocorreu o aumento de vagas nos cursos técnicos oferecidos por instituições públicas e da iniciativa privada”, sinaliza Rocha.
A Associação Brasileira de Soldagem (ABS) aponta a falta de soldadores especializados no setor. Segundo o diretor executivo da entidade, Daniel Almeida, há dificuldades na qualificação em todos os níveis.
“Desde os soldadores até o engenheiro de soldagem. Em função disso, a ABS trouxe para o Brasil o programa IIW International Institute of Welding, uma instituição formada por 56 países na formação de profissionais de soldagem”, diz.
Senai e Faetec têm mais de 5 mil chances abertas
O presidente da Representação Regional Leste do Sistema Firjan, Luiz Césio Caetano, informou que foram investidos R$ 8 milhões na ampliação do Senai Niterói. “Criamos 12 novos cursos para capacitar. Este ano, a unidade vai preparar mais de três mil profissionais para a Indústrias Naval e de petróleo e gás. Já o Sesi/Senai, em São Gonçalo, direcionado para a construção do Comperj, em Itaboraí, vai preparar 2,3 mil pessoas”, diz Caetano.
A Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec) forma uma média de 500 novos profissionais por ano nos seus cinco cursos na área naval disponíveis. São eles: Construção Naval, Edificações, Eletrônica, Eletrotécnica e de Máquinas Navais. Todos abriram 25 vagas cada e são oferecidos na Escola Técnica Estadual (ETE) Henrique Lage, no bairro do Barreto, em Niterói.
Sérgio Lima, professor do curso técnico de Máquinas Navais, conta que a maioria dos alunos formados é absorvida pelo mercado de trabalho. “Grande parte sai empregada”, afirma o docente.
Feira trata de Navalshore
A décima edição da Navalshore — Marintec South America — Feira e Conferência da Indústria Naval e Offshore 2013, acontece de terça a quinta-feira, no Centro de Exposições SulAmérica, no Centro do Rio. Entre os assuntos que serão discutidos está o número cada vez maior de empresas internacionais que investem forte no Brasil.
“As estabilidades política e econômica alcançadas, a abertura do mercado e também o plano estratégico da Petrobras mantêm o Brasil atraente”, afirma o gerente da Navalshore — Marintec South America, Renan Joel. Segundo ele, existe ainda a necessidade premente pela profissionalização do setor.
Paralelamente à feira, ocorrem a 2ª Série de Workshops Técnicos e a 2ª Conferência WorkBoat South America. Informações em www.navalshore.com.br.