GE troca chefia da divisão de óleo & gás

  • 19/09/2013

A decisão da General Electric de nomear Lorenzo Simonelli para chefiar a divisão de equipamento de petróleo e gás sinaliza o quão importante a energia se tornou para o conglomerado, conforme a empresa recua da área de finanças e retorna às suas raízes industriais.

O sucesso de Simonelli em revigorar a divisão de transportes da GE parece ser o principal motivo para a promoção. Desde que assumiu a chefia da unidade em 2008, ela cresceu de um negócio de US$ 3,4 bilhões, com foco quase exclusivo na construção de locomotivas na América do Norte, para um negócio diversificado com receitas anuais de US$ 5,6 bilhões.

Se o veterano com 19 anos de empresa conseguir reproduzir esse sucesso em petróleo e gás, divisão da companhia que cresce mais rapidamente, com US$ 15 bilhões em receitas anuais, Simonelli surgiria como forte concorrente para suceder o diretor e presidente executivo da GE Jeff Immelt, segundo analistas.

Desde 2007 a GE já gastou mais de US$ 14 bilhões adquirindo empresas que fornecem equipamento ou serviços à indústria de petróleo e gás. A onda de gastos antecipou o aumento na produção de energia dos EUA nos últimos anos, devido a novas tecnologias que permitem que petróleo e gás presos em formações de xisto sejam extraídos de modo rentável.

“Petróleo e gás é a maior plataforma de crescimento industrial para a empresa hoje, e provavelmente será até depois da próxima década,” disse o analista Nicholas Heymann da William Blair & Co, que negocia com ações da GE.

Neste ano a GE pagou US$ 3,3 bilhões pela fabricante de bombas para campos de petróleo Lufkin, transformando-se, do dia para a noite, em uma grande fornecedora de equipamento para companhias que perfuram xisto. Sua divisão de energia também fabrica bombas subterrâneas que puxam óleo e gás à superfície, como também compressores, filtros e cabeças de poço.

Uma área na qual a GE enxerga oportunidades é em bombas e outros equipamentos que ajudam a puxar o petróleo ou gás até a superfície. Isso é especialmente importante em campos de xisto, onde a produção começa bastante alta mas tem um declínio muito rápido conforme a pressão diminui.

É aí que entram as aquisições da Lufkin e da John Wood. A GE agora é dona de bombas elétricas submergíveis e sistemas de controle de fluxo anteriormente fabricadas pela John Wood, e a Lufkin também tem presença na área de “elevação artificial”, fabricando as bombas em forma de orelha de asno, que puxam petróleo ou gás para fora de poços tradicionais.

Trabalhando com especialistas de diferentes divisões, o centro de pesquisas da GE pegou tecnologia já existente e a aplicou nas bombas adquiridas do Wood Group. O resultado foi um desempenho dez vezes melhor em laboratório, segundo Eric Gebhardt, diretor de tecnologia na GE Petróleo e Gás, com a tecnologia agora em testes de campo com um cliente. Agora dependerá de Simonelli administrar as várias empresas que Heintzelman e seus predecessores juntaram.

Fonte: Monitor Mercantil
19/09/2013|Seção: Notícias da Semana|Tags: , |