Grupo Swire traz US$ 1 bi para o país em seis anos

  • 30/09/2013

O grupo anglo-holandês Swire planeja investir mais US$ 750 milhões no Brasil no setor de petróleo até 2016. O montante está previsto no plano de negócios da empresa de 2011 a 2016, que prevê empenhar US$ 1 bilhão no setor, neste período. Dentre as iniciativas, está a construção de navios de apoio a plataformas em mar, com a vinda da sua subsidiária Swire Pacific Offshore, e também a expansão das atividades de sua outra companhia, que já atua no país, a Swire OilField Services – empresa de locação e venda de contêineres, cestas e tanques para transporte em alto mar para empresas do setor de óleo e gás.

Marcelo Nacif, gerente-geral da Swire OilField Services no Brasil, afirmou ao Valor que o recurso, já comprometido, será integralmente aportado pela matriz do grupo, John Swire & Sons, sediada no Reino Unido. Desde 2011, quando o grupo Swire estabeleceu escritório no país, a companhia já investiu cerca de US$ 250 milhões no setor.

“O pré-sal está aí e é uma realidade. Queremos participar disso”, afirmou Nacif. No mercado naval, a Swire Pacific Offshore – empresa do grupo focada em aluguel de frota de embarcações – planeja investir US$ 500 milhões na construção de quatro navios de apoio a plataformas de petróleo na costa brasileira, a partir deste ano. As embarcações, que ainda não têm destino certo, foram contratadas com o estaleiro Eisa, na Ilha do Governador, região Norte da cidade do Rio.

Cada um deles terá capacidade de 5 mil toneladas. O primeiro da frota no país deve estar pronto no fim de 2014. Nacif afirmou que a empresa está procurando participar de licitações com a Petrobras para alocar estes navios e também busca clientes privados.

A Swire OilField Services, responsável pelos outros US$ 500 milhões de investimentos, dos quais US$ 250 milhões já foram realizados, prevê inaugurar a base de Bellavista, em Macaé (RJ), em 2014. Com investimentos de R$ 30 milhões, a estrutura terá 60 mil metros quadrados e vai concentrar o centro administrativo da companhia, produção manutenção de contêineres, modulares e eslingas (cabos de aço para içar equipamentos de transporte e armazenagem).

A nova base será capaz de dar suporte operacional a uma frota de até 25 mil contêineres. A companhia tem hoje perto de 4 mil unidades alocadas e planeja atingir 6 mil até 2016. Em termos de comparação, no mundo, a Swire OilField Services tem aproximadamente 60 mil contêineres. Nacif afirmou que a empresa está agora instalando GPS em sua frota brasileira. “Essa iniciativa garante uma melhor gestão e é uma tendência mundial”, disse.

O executivo pondera que o mercado de contêineres no país não deslanchou como a empresa previa, no ano passado e, pelo contrário, “deu uma arrefecida”. Nacif explicou que, em 2012, a Petrobras deu sinais de se tornar mais rigorosa com a certificação de contêineres, com características já realizadas pela Swire.

“Mas as empresas não conseguiram substituir suas frotas com a rapidez necessária e a Petrobras reduziu as exigências”, afirmou Nacif. “Isso não atrapalha os nossos planos, continuamos investindo, a demanda existe e é crescente”, frisou Nacif. O executivo aposta que as exigências de qualidade ainda virão com o amadurecimento do setor e o grupo irá se beneficiar disto. Atualmente, os principais clientes do grupo Swire no país são multinacionais privadas como Shell, Halliburton, Exxon e Schlumberger. Entretanto, a empresa quer aumentar o seu relacionamento com a Petrobras.

O grupo conta, desde 2012, com uma fábrica de contêineres controlada pela inglesa Mayfly, que fornece toda a sua produção para a Swire. A unidade, que fica na cidade de Carapebus, ao norte de Macaé, Estado do Rio, tem capacidade para produzir mil unidades por ano, a maioria com 100% de conteúdo local. A fábrica tem 40 mil metros quadrados.

Fonte: Valor Econômico/Marta Nogueira | Do Rio
30/09/2013|Seção: Notícias da Semana|Tags: , |