Pelo segundo ano consecutivo, o transporte de cargas em contêineres por meio de cabotagem (entre dois portos dentro do país) deverá crescer acima de 20% em 2013, segundo a Abac (associação brasileira do setor). No ano passado, o volume de toneladas transportadas em contêineres avançou 24,97%, de acordo com dados da Antaq (agência federal que regula o segmento).
“É uma atividade que tem crescido de forma sustentável”, diz Cleber Lucas, presidente da associação. A alta em 2013 será puxada sobretudo pela movimentação de bens de consumo, como eletrônicos, alimentos e produtos de higiene, segundo o presidente.
Apesar do desempenho, o setor enfrenta dois gargalos que, se superados, poderiam colaborar para uma ampliação maior, diz Lucas. O primeiro deles é a assimetria no custo do combustível em relação ao diesel que abastece os caminhões. “Enquanto o diesel tem o preço subsidiado pelo governo, o combustível da cabotagem sofre todas as interferências do mercado internacional”, afirma.
O outro ponto é a burocracia. “Embora o transporte seja uma carga doméstica, de porto a porto, o setor é tratado como se fosse de comércio exterior, com inspeções da Anvisa e da Polícia Federal.” A Brasil Kirin, que aderiu à cabotagem neste ano, já movimenta 16% de sua carga por esse meio. “É uma boa alternativa [para o transporte] entre o Sudeste e as regiões Norte e Nordeste”, diz o presidente Gino Di Domenico.