ANGRA DOS REIS – Caso as obras do Estaleiro Jurong Aracruz, em construção no Espírito Santo, atrasem, inviabilizando o recebimento do casco da primeira sonda para o pré-sal – que está sendo construído em Cingapura -, o cronograma será ajustado para garantir o conteúdo local do equipamento, que é de 55%. A informação foi dada nesta quarta-feira, dia 22, pelo presidente da Sete Brasil, João Carlos Ferraz, que visitou o Estaleiro Brasfels, em Angra dos Reis, onde chegou o casco da segunda sonda do pré-sal, chamada Urca.
A previsão de chegada do casco dessa primeira sonda está prevista para fins de março deste ano, quando parte do Estaleiro Jurong Aracruz terá que estar pronto para receber o equipamento. Essa sonda é a primeira de um total de 28 contratadas pela Petrobras à Sete Brasil, e está prevista para ser entregue em junho do próximo ano. A segunda sonda, cujo casco chegou nesta terça ao Estaleiro Brasfels, está prevista para ser entregue em fins de 2016.
– Vamos conversar com a Jurong para saber qual é a estratégia deles. O nosso cronograma continua prevendo a chegada do casco no final de março. Mas existe espaço no conteúdo local para que, se for o caso, se estenda um pouco mais a construção no exterior para que essa sonda chegue depois, e mesmo assim atenda o conteúdo local. Mas no nosso planejamento a chegada continua prevista para fins de março – afirmou João Ferraz.
Na última terça, dia 21, chegou ao Brasil o casco da sonda Urca, a primeira de um total de seis sondas que serão construídas pelo estaleiro Brasfles, em Angra dos Reis. Esse é o primeiro casco de uma das sondas do pré-sal a chegar ao Brasil. O segundo é para a sonda Arpoador, prevista para ser construída pelo Estaleiro Jurong Aracruz, no Espírito Santo.
Mas João Ferraz garantiu, em termos gerais, os prazos para construção das 28 sondas contratadas pela Petrobras estão em dia. Segundo ele, no fim do ano passado, as obras dessas sondas tinham atingido 13,2%, contra 12,8% previstos no cronograma. Em relação às nove primeiras sondas, o índice de avanço das obras está em 23,4%, contra a meta de 22,5%.
Além do Jurong Aracruz, outro estaleiro em construção já com encomendas das sondas é o Paraguaçu, na Bahia. Mas o executivo garantiu que não existe atraso nas obras por causa disso.
Sobre a possibilidade de as obras do Estaleiro Jurong Aracruz atrasarem e o casco da sonda não puder vir para o Brasil, João Carlos Ferraz, destacou que, se isso acontecer, será feito de forma que não impacte o conteúdo local. – Se tiver necessidade de postergação da saída do casco da Jurong de Cingapura, poderá ser feito desde que não impacte o conteúdo local. Porque quanto mais tempo essa sonda ficar em Cingapura, menor o conteúdo final local. É preciso balancear entre o tempo de continuar em Cingapura e o conteúdo local final dessa sonda – afirmou Ferraz. No estaleiro Jurong Aracruz, o quebra mar já está pronto, enquanto que o cais está quase pronto, que são importantes para receber o casco.
Ao todo, a Sete Brasil tem contratadas para afretar para a Petrobras 28 sondas para o pré-sal com entregas previstas até 2020. A companhia, criada para viabilizar a construção dessas sondas no Brasil, está construindo ainda, por conta própria, mais uma sonda. No passado, a empresa tinha projetado construir ao todo 30 sondas, sendo que uma delas seria para a OSX, empresa do empresário Eike Batista, que entrou em recuperação judicial ano passado.
As 29 sondas exigirão investimentos de US$ 25,6 bilhões.
Neste momento o Estaleiro Brasfels está com 6.500 trabalhadores executando cinco encomendas: o navio-plataforma Cidade de Mangaratiba, previsto para ser entregue em meados deste ano. Em seguida, irá para o estaleiro o navio-plataforma cidade de Itaguaí. Ao mesmo tempo estão em construção no estaleiro as plataformas P-66 e P-69, além das obras da sonda Urca, a primeira do pré-sal que chegou o casco de Cingapura, e uma segunda sonda, de um total de seis que serão construídas no Brasfels.
Fonte: O Globo – Ramona Ordoñez