Soluções para o excesso de burocracia e para a falta de infraestrutura terrestre no acesso ao porto de Santos (SP) lideram o ranking de medidas para destravar o comércio brasileiro via marítima. As ações encabeçam uma lista das 20 principais soluções reunidas pela Maersk Line, o maior armador do mundo no transporte de contêineres.
O relatório, produzido após evento com participantes da cadeia logística, traz um diagnóstico de gargalos conhecidos há anos, mas que ainda não tiveram solução ou, quando encaminhados, não alcançaram o resultado esperado. Em 2012 os portos brasileiros movimentaram 8 milhões de Teus (unidade padrão de um contêiner de 20 pés), a mesma marca do porto de Los Angeles (EUA) no período.
“Não buscamos achar culpados, mas sim soluções”, diz Peter Gyde, presidente da Maersk Line no Brasil. A empresa pretende apresentar o relatório ao governo na tentativa de que mais medidas sejam adotadas neste ano.
“Algumas necessitam de grandes investimentos que levam tempo, como rodovias e ferrovias. Mas outras não”, afirma o executivo. Como incentivos fiscais à cabotagem. E a criação de um portal que consolide toda a papelada necessária na operação dos navios.
Segundo Mario Veraldo, diretor comercial da Maersk Line no Brasil, é necessário harmonizar numa mesma plataforma os agentes que intervêm no comércio exterior, algo que o programa federal Porto Sem Papel prometeu fazer. Hoje, diz ele, não há sincronia de atuação. “Há órgãos que, mesmo já recebendo a informação online, exigem o documento impresso”, disse Veraldo.
As medidas valem para os portos em geral, mas Santos recebeu destaque por concentrar quase 40% do volume de contêineres nacional.
Fonte: Valor Econômico/Fernanda Pires | Para o Valor, de São Paulo