Com o intuito de atender à necessidade por mão de obra na Bacia de Santos, a Escola Politécnica da USP (Poli) vai começar a construir neste ano seu novo prédio em Santos. O edifício, que deverá ficar pronto em 2016, é resultado de um termo de cooperação entre a Universidade e a prefeitura do município.
Segundo o professor Marcio Yamamoto, do Departamento de Engenharia de Minas e de Petróleo da Poli, o prédio deverá receber 250 estudantes de graduação do curso de Engenharia de Petróleo, com previsão de expansão nos próximos anos, com o início dos cursos de pós-graduação.
O objetivo é que o curso de Engenharia de Petróleo em Santos seja uma referência em pesquisa e tecnologia, bem como na formação de recursos humanos. Para ele, a aliança entre a Escola Politécnica da USP e as grandes empresas petrolíferas é o caminho para buscar soluções que auxiliem a suprir necessidades da indústria. Entre os focos, estão os desafios que a Bacia de Santos apresenta, o avanço dos projetos de pesquisa e desenvolvimento e a qualificação de mão de obra.
Por que a Escola Politécnica da USP acha que esse é um bom momento para investir na expansão de suas instalações?
O curso de engenharia de petróleo ficava na cidade de São Paulo. Em 2012, com as descobertas do pré-sal na Bacia de Santos, a USP decidiu transferir o curso para Santos, para ficar próximo à Petrobrás e atender à demanda por mão de obra no município. Essa mudança ainda está em curso. Os alunos que entraram em São Paulo continuam lá até se formarem, mas os novos já estão começando em uma instalação provisória em um terreno vizinho onde será construído o novo prédio.
Além da formação dos alunos para servir à demanda local por mão de obra, o prédio terá laboratórios de pesquisa?
Sim. Será um prédio com quatro andares e 15 mil m² de área, que acomodará os alunos da graduação e da pós-graduação, biblioteca, auditório, sala para os professores, espaços para estudo, lanchonete e, pelo menos, seis laboratórios. A expectativa é de que os outros cursos da Engenharia também se transfiram para a nova unidade, mas isso ainda não está confirmado.
Os laboratórios atenderão a quais áreas?
O nosso pano de fundo é a Bacia de Santos e nossas pesquisas terão enfoque em suas particularidades, como o mais alto teor de CO2 e H2S em relação à Bacia de Campos, por exemplo. Os laboratórios servirão às áreas de caracterização de rochas de reservatórios; segurança operacional e construção de poços; análise, processamento e interpretação de dados georreferenciados; modelagem 3D e 4D de reservatórios.
Além da USP e da prefeitura de Santos, alguma empresa vai contribuir para a construção do novo prédio?
Vão contribuir com as pesquisas dos laboratórios. Estamos conversando com as concessionárias da ANP, inclusive a Petrobrás, pois elas são obrigadas por lei a investir em pesquisa e desenvolvimento.
De quanto será o investimento total no novo prédio, incluindo compra de equipamento para os laboratórios?
R$ 200 milhões. A parte dos laboratórios nós pretendemos arrecadar com as empresas por meio dessa lei de incentivo. A construção do edifício está com um custo orçado em R$ 68,6 milhões.
Fonte: Petronotícias – Paulo Hora