Uma área nobre no porto do Açu, um terreno com 3,2 milhões de metros que tem saída direta para o mar, encontra-se com as principais obras paralisadas. Essa área pertence à OSX Brasil, a empresa de construção naval criada por Eike Batista que entrou, em novembro de 2013, com pedido de recuperação judicial na Justiça do Rio.
Na visita que o Valor fez ao porto do Açu, na terça-feira, foi possível constatar que os grandes galpões industriais construídos pela OSX não tinham movimento de trabalhadores. Só há atividades em uma parte do terreno da OSX em que a Integra, sociedade da empresa com a Mendes Junior, constrói módulos para duas plataformas da Petrobras: P-67 e P-70.
O presidente da OSX, Eucherio Rodrigues, negou, porém, que as instalações da empresa no Açu estejam abandonadas. “Temos um custo alto de manutenção no Açu”, disse o executivo, sem citar os valores gastos. Parte do material comprado para as obras de construção do estaleiro, porém, não poderá mais ser aproveitado. É o caso de vergalhões de aço carbono que encontram-se depositados no terreno a céu aberto.
Para Rodrigues, essa é uma parte muito pequena do material comprado para as obras do estaleiro. Ele afirmou que a estrutura inacabada da OSX no Açu faz parte de um projeto de estaleiro que será modificado. Rodrigues afirmou que há várias alternativas sobre a mesa para encontrar uma solução para o estaleiro da OSX.
Segundo a OSX, a empresa tem prazo até 19 de maio para apresentar o plano de recuperação à justiça. Hoje a principal fonte de receita da OSX vem do aluguel e operação das plataformas OSX1 e OSX3. A diretoria da OSX conversa com potenciais parceiros interessados em utilizar a área do Açu para desenvolver atividades de construção naval, disse Rodrigues. Um dos focos da OSX é utilizar a área para fazer reparo e construção naval. A Prumo, dona do porto, também quer desenvolver a atividade de reparo no Açu. Mas segundo Eduardo Parente, presidente da Prumo, as duas empresas não vão concorrer diretamente na atividade de reparo naval, uma vez que foco da Prumo será o reparo de plataformas atracadas a 18 metros de profundidade no Terminal 2.
OSX e Prumo anunciaram acordo segundo o qual o estaleiro concordou em devolver metade da área à dona do Açu. A implementação do acordo depende das partes chegarem a um acerto. A OSX está inadimplente com a Prumo. É considerada ainda a sublocação de parte da área para terceiros.
Fonte: Valor Econômico – Francisco Goes