A Shell está otimista em relação às negociações com a estatal Pré-Sal Petróleo SA (PPSA) para um acordo de exploração de Gato do Mato, bloco BM-S-54, localizado no pré-sal da Bacia de Santos. O presidente da companhia, André Araújo, disse que encara a situação como se a PPSA tivesse feito “farm-in” no bloco. Isso porque a descoberta foi feita pela Shell, mas a reserva de petróleo extrapola sua área de concessão para uma região que pertence à União.
“Somos operadores do Gato do Mato e estamos discutindo com a PPSA a proposta de pré acordo de unitização, e as conversas estão em andamento. O presidente da PPSA fez uma referência de que gostaria que ao longo deste ano o assunto seja resolvido, mas estamos progredindo bem nas conversas, a PPSA é um parceiro da jazida, que se estende fora do bloco BMS-54, e o que estamos fazendo é trata-lo como um parceiro”, afirmou o presidente da multinacional.
Araújo afirmou que existe um “senso de urgência” por parte do governo federal e da PPSA para resolver a questão. Ainda assim, o executivo classificou as conversas como em estágio intermediário e preferiu não dar prazos para a conclusão do acordo.
“A gente sente que o governo quer resolver. A gente sente efetivamente que há um interesse em se chegar à solução de unitização [da área], que afeta a gente nesse bloco, mas que afeta outros processos que a gente sabe até que são anteriores ao nosso”, afirmou Araújo.
Em relação ao campo de Libra, no pré-sal da Bacia de Santos, o presidente da multinacional disse que o projeto “está indo muito bem”. “Já fizemos várias reuniões operacionais, acordamos um plano de trabalho para este ano, e agora é só cumprir. Os parceiros estão extremamente alinhados, e a Petrobras tem sido muito proativa em trazer planos para a mesa, e aberta em ouvir contribuições dos parceiros”, disse Araújo.
O bloco de Libra foi leiloado em outubro do ano passado, e tem como sócios a Petrobras (40%); Total e Shell com 20% cada uma; e as chinesas CNPC e CNOOC com 10% cada. Por enquanto, o consórcio analisa as possibilidades de futuros desenvolvimentos.
Fonte: Valor Econômico – Elisa Soares e Diogo Martins | Do Rio