O BNDES mapeou os investimentos previstos nos diversos setores economia brasileira e concluiu que deverão somar R$ 4,07 trilhões no período de 2014 a 2017. A cifra apenas um pouco superior em relação aos R$ 3,98 trilhões apurados pelo mesmo estudo feito em outubro de 2013 para esse mesmo período.

Dentre os setores, as maiores revisões foram em petróleo e gás, com aumento de R$ 30 bilhões de investimentos em relação ao mapeamento de outubro. Segundo Fernando Puga, superintendente da área de pesquisa econômica, os investimentos já sinalizados para o campo de Libra, concedido no final do ano passado à Petrobras, Shell, Total e estatais chinesas, no fim do ano passado. Para o setor, está estimado R$ 488 bilhões entre 2014 e 2017.

Os dados refletem projetos já em fase de implantação, em fase de projeto e intenções de investimento –desse modo, alguns podem não sair do papel dependendo de fatores como situação do mercado ou condições financeiras das empresas, por exemplo.

Energia elétrica

Outro setor importante que ampliou os investimentos previstos foi o de energia elétrica –adição de R$ 16 bilhões ante à projeção anterior e investimentos totais estimados de R$ 192 bilhões).

“Nesse caso, a maior influência são os financiamentos do banco a projetos de energia eólica, que cresceram muito.” O mesmo se deu com o ramo de papel e celulose, com incremento de R$ 7 bilhões e total previsto de R$ 26 bilhões.

Segundo o BNDES, na revisão feita agora do estudo foram incorporados investimentos em mobilidade urbana, que se somam aos projetos de saneamento, que já acompanhados pelo banco, e que fazem parte do setor de infraestrutura social.

“É um setor que está tendo um forte crescimento e que o BNDES tem conhecido melhor. Tem entrado muitos projetos [com pedido de financiamento] de metrô, VLTs, BRTs e monotrilhos, alguns em concessão ou parceria público-privadas”, disse Puga.

Com a inclusão do segmento de mobilidade urbana (com R$ 53 bilhões em projetos estimados), o banco turbinou sua projeção para essa área de infraestrutura social para R$ 89 bilhões, com alta de 83% na comparação com os R$ 49 bilhões de 2009/2012.

Crescimento

Considerando todos os setores, há crescimento real de 28% nos investimentos entre 2014 e 2017 em relação ao período 2009-2012, quando foram investidos R$ 3,17 trilhões.

Pelos dados do BNDES, a infraestrutura responde por R$ 575 bilhões, com incremento de 35%, puxado sobretudo por dois setores ligados à logística: portos e ferrovias – cujos projetos têm apresentado atrasos. Já a indústria responde por R$ 1,15 trilhão em perspectiva de investimento –31% mais do que no período 2009-2012.

O BNDES computou no estudo projetos financiados pelo banco, concessões públicas (inclusive de aeroportos), parcerias público-privadas, entre outros.

Fonte: Folha de São Paulo – Pedro Soares – do Rio