Cerca de 200 metalúrgicos dos estaleiros Vard e Enaval realizaram uma mobilização, ontem, pelas ruas de Niterói a fim de pressionar sindicatos das empresas a cederem aos reajustes de salários e de vale-alimentação, além de outros benefícios solicitados pelos trabalhadores do setor. A movimentação foi organizada pela Comissão de Fábrica, um grupo de funcionários que diz não ser mais representado pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói e Itaboraí. O impasse entre os trabalhadores e o sindicato se arrasta desde março.

Entre os pedidos encontram-se aumento salarial de 12%, R$400 de vale-alimentação sem descontos, ajuda de custo para filhos, revisão dos planos de saúde e pagamentos de horas extras, entre outros pedidos.

No estaleiro Vard, os trabalhadores decidiram pelo estado de greve na última quarta-feira, quando rejeitaram a proposta de aumento de 9,5% no salário e R$ 330 de vale-alimentação da direção da empresa.

Na Enaval, segundo os metalúrgicos, muitos trabalhadores cruzaram os braços dentro das empresas. Contudo, um número expressivo de pessoas não compareceu à mobilização com medo de represálias. Já no estaleiro Aliança, uma proposta apresentada pelo sindicato foi rejeitada três vezes, porém o grupo não se organizou para o ato. Por fim, os representantes de base da Enave, Renave e UTC apoiaram a iniciativa, mas não estiveram presentes.

De acordo com membro da Comissão de Fábrica da Vard, José Junior, cerca de 4 mil trabalhadores aderiram à comissão de greve. “Após constantes lutas, os trabalhadores da Brasa conquistaram esses benefícios. Uma vitória que eles alcançaram, mas a nossa luta é que todos os metalúrgicos também sejam contemplados com esses benefícios”, ressalta Junior.

Mobilização

Uma nova mobilização está marcada para as 6h de hoje em frente ao Estaleiro Vard. O Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói informou que as negociações continuam com o Sinaval na tentativa de buscar os melhores índices de reajuste para a categoria. Já o Sindicato Nacional da Indústria de Construção e Reparação Naval informou que há alguns anos que o Sinaval identifica alguma dificuldade na condução das negociações, principalmente em Niterói, já que existe uma mobilização que ocorre em paralelo ao sindicato.

Fonte: O Fluminense – Chailon da Conceição