Aumento excessivo dos custos é o maior risco de longo prazo para a sustentabilidade da indústria de produção de petróleo e gás, concordam dirigentes da Statoil, Helge Lund, e da Amec, Samir Brikho. O alerta foi divulgado no 21º World Petroleum Congress que ocorre em Moscou, na Rússia.
Os executivos defendem a urgente necessidade de enfrentar a questão dos custos crescentes, que é um desafio comum. Uma das soluções poderá ser projetos padronizados de sistemas de produção, já que não se trata de uma guerra entre petroleiras e fornecedores.
Necessidades de processos cada vez mais complexos de engenharia de produção e perfuração são a razão do crescimento dos custos, num cenário em que a exploração e produção de petróleo em águas profundas ocorre com desafios em nível crescente de dificuldades.
Lund ressaltou que o retorno de capital das maiores petroleiras apresenta redução de 30%, na última década, apesar do preço do petróleo ter triplicado no período. Em 2013, mais da metade das grandes petroleiras assistiram o retorno do capital investido ser inferior a 10%. Para uma indústria numa atividade de alto risco a situação não é sustentável.
Brikho disse que dos 15 megaprojetos com custos de US$ 10 bilhões ou mais em que a Amec está envolvida praticamente nenhum está dentro do prazo ou do orçamento. Este é um grande desafio que as empresas devem encarar para aumentar a previsibilidade dos projetos.
Lund destacou que a Statoil já está agindo e que uma resposta ao desafio da espiral dos custos é a uma rígida prioridade para a redução do capex (despesas de capital), já que a rentabilidade não advém da desistência dos projetos.
Durante décadas a solução aos desafios da produção offshore foi aumentar o número de pessoas trabalhando em projetos de crescente complexidade. Precisamos mudar essa realidade e procurar soluções mais simples aproveitando melhor a experiência acumulada, usando mais sistema padronizados, dar prioridade para as tecnologias usadas com sucesso.