BRASÍLIA – O ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Marcelo Neri, avaliou que o Brasil registrou uma melhora importante nos indicadores de desigualdade social ao longo dos anos, mas o desafio do país do ponto de vista da renda é reduzir as disparidades.
O Brasil cresceu uma posição no ranking de IDH. Mas, quando se considera a desigualdade, o país cai. Qual é sua avaliação?
O Brasil teve uma melhora importante na desigualdade, mas a fotografia da desigualdade ainda é muito ruim. Isso faz com que o indicador perca 16 posições. Quando eu comparo a fotografia do IDH brasileiro deste ano, ajustado e não ajustado, o Brasil tem essa piora no nível. Mas no filme, considerando a comparação dos dados de 2003 e de 2012, há melhora. A desigualdade caiu fortemente. Nesse período, a renda dos 10% mais pobres aumentou 106% e a renda média medida pela Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) subiu 52%.
O Brasil está preparado para retomar o ritmo de crescimento do IDH?
Esse relatório considera o PIB per capita, que teve um desempenho, entre 2011 e 2013, relativamente menor do que vinha tendo no período pré-crise ou mesmo em 2010, ano de retomada. Quando você pega indicadores baseados na renda das pessoas, o progresso é maior, na média, sem levar em conta a desigualdade.
Quais os maiores desafios para o país avançar no IDH?
Na educação, o grande desafio é o ensino médio. No IDH de expectativa de vida, o que nos atrapalha é a morte violenta, em particular de jovens homens solteiros. Há potencial de melhora nesses indicadores. A população de jovens nunca foi e nunca será tão grande. São 51 milhões de jovens. Se melhoramos os indicadores, reduzimos o risco de 51 milhões de pessoas. Do ponto de vista da renda, o esforço permanece na redução da desigualdade.