O resultado financeiro de 19 entre os principais armadores internacionais de contêineres no primeiro semestre mostrou que muitos deles ainda estão com sérios problemas, apesar de terem aumentado o volume transportado. Segundo relatório da consultoria holandesa de navegação Dynamar, nove companhias registraram prejuízos, como a CSAV, Coscon, APL, Evergreen, Hanjin, Zim, Hapag Lloyd, Yang Ming e Hyundai, a maioria com operações no Brasil – sozinhas ou por meio de acordos de cooperação com outros armadores.
Somados, os prejuízos da CSAV e da Hapag-Lloyd, que avaliam um processo de fusão, alcançaram quase US$ 350 milhões nos primeiros seis meses do ano.
As companhias China Shipping, CMA CGM, OOCL, SITC, Wan Hai, RCL,”K” Line, MOL e NYK tiveram resultados financeiros no azul no período.
No total, as 19 linhas de transporte de contêineres registraram lucro combinado de quase US$ 500 milhões na primeira metade do ano. O resultado positivo deveu-se ao bom desempenho da Maersk Line, o maior armador do mundo no segmento, que obteve lucro de US$ 1 bilhão no primeiro semestre.
Chama atenção o fato de quase todas as empresas que tiveram resultados financeiros negativos terem aumentado os volumes carregados no primeiro semestre frente o mesmo período de 2013, revelando a deterioração da rentabilidade da indústria de navegação ao longo dos últimos meses.
Conforme relatório da Dynamar, a receita por Teu (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) no primeiro semestre ficou, em quase todos os casos, levemente abaixo do mesmo período de 2013 e 2012. A receita por Teu da chilena CSAV, uma das que mais sentiram o baque financeiro, partiu de US$ 1.828 em 2012, ficou quase inalterada em 2013 (US$ 1.827) e caiu quase US$ 300 na primeira metade deste ano, para US$ 1.533.
Apenas armadores especializados nos tráfegos dentro do Extremo Oriente, especialmente nas rotas domésticas da China, conseguiram uma rentabilidade por Teu ligeiramente superior à primeira metade do exercício passado. Por exemplo, a China Shipping, que elevou de US$ 651 para US$ 715 a receita por Teu.
Entre os que fazem as rotas com o Ocidente, somente a japonesa “K” Line conseguiu cobrar de seus clientes mais do que no ano anterior por contêiner. Saiu de um valor de US$ 1.908 para US$ 1.987, mas na base de comparação do segundo trimestre do ano versus o mesmo período de 2013. Já a receita da Maersk Line por Teu, por exemplo, caiu para US$ 1.454 no primeiro semestre, ante US$ 1.507 no ano passado e US$ 1.549 em 2012.
Fonte: Valor Econômico – Fernanda Pires, de Santos