A MB Serviços de Manutenção e Reparos Industriais (MBS) espera conseguir até fevereiro as liberações necessárias para começar as obras de um estaleiro em Porto Alegre. A estrutura será voltada à fabricação e montagem de módulos de processo de plataformas de petróleo. O empreendimento será dividido em dois estágios. Se a meta for alcançada, a etapa inicial da operação do complexo deve ocorrer ainda no primeiro semestre do próximo ano e a segunda fase da planta irá acontecer na metade final de 2015.
Representantes da companhia e do governo do Estado assinaram ontem, na sede da Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH), protocolo de intenções para a instalação da unidade de construção naval da empresa no chamado Polo Naval do Guaíba. A acomodação do empreendimento será feita em duas áreas do porto da Capital: ao lado do Campo de Treinamento do Grêmio, no Cais Marcílio Dias, e outra próxima à rodoviária, no final do Cais Mauá e começo do Cais Navegantes. Essa última é que terá as atividades iniciadas mais rapidamente. Para que as obras comecem, a MBS aguarda a liberação da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e licenciamento da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam). O diretor comercial da MBS, Reginaldo Novais, adianta que conta com o apoio da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI) e da SPH para acelerar o processo. Conforme o dirigente, o investimento na iniciativa será de cerca de R$ 50 milhões.
Na edificação do estaleiro, deverão ser gerados em torno de 300 empregos diretos, e na operação, de 500 a 800, podendo chegar a mil postos de trabalho. Novais explica que o plano é atender a demandas de companhias que possuem encomendas da Petrobras como Ecovix, EBR, Quip e Iesa (com Andrade Gutierrez) – todos esses grupos possuem atividades no Rio Grande do Sul. A MBS ainda não tem definida alguma encomenda para ser realizada no Estado, mas o empresário enfatiza que assim que conseguir o licenciamento, com o mercado de óleo e gás aquecido, será fácil conquistar demandas. Novais detalha que, com matriz em Itaboraí, no Rio de Janeiro, a companhia já desenvolve trabalhos para o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) e para as plataformas P-67 e P-70.De acordo com o empresário, a primeira área do complexo em Porto Alegre (próxima da rodoviária) será destinada à fabricação dos blocos para os módulos e a segunda (perto do CT do Grêmio) à estocagem.
Diferentemente do que era a expectativa inicial comunicada pela SPH, Novais esclarece que a intenção é, futuramente, manter os dois espaços em operação e não apenas o do Cais Marcílio Dias. Os dois terrenos somam um total de 134 mil metros quadrados. O diretor de portos da SPH, Paulo Astrana, revela que, pelo arrendamento, será cobrada, mensalmente, uma taxa portuária de R$ 3,00 o metro quadrado. O superintendente da autarquia, Arlindo Bonete, ressalta que o porto da capital gaúcha verifica uma extensão de aproximadamente oito quilômetros, e o foco é ocupar o máximo possível desse trecho.
SPH prevê facilidade para primeira etapa do projeto
O superintendente da SPH, Arlindo Bonete, acredita que a fase inicial do processo de instalação da MBS deverá ocorrer mais naturalmente, pois a área próxima à Rodoviária já estava sendo preparada para o uso das empresas Ecovix e Irigaray. O diretor de Infraestrutura e Energia da AGDI, Marco Franceschi, acrescenta que a iniciativa atual é semelhante a das outras duas companhias. No entanto, o empreendimento anterior não foi adiante devido a uma mudança da estratégia empresarial da Ecovix.
Atualmente, o espaço está sendo destinado à movimentação de torres de geração de energia eólica. Quando a MBS começar a utilizar o terreno, o transporte desses equipamentos será feito próximo ao local que está sendo empregado pela Koch Metalúrgica e a austríaca Palfinger, no Cais Navegantes, para a implementação de guindastes. Franceschi diz que o Estado negocia com outras empresas de óleo e gás para se instalarem no Polo Naval do Guaíba, a fim de formar um cluster que atenda a toda cadeia do segmento.