O Sindicato Nacional das Empresas de Navegação Marítima (Syndarma), faz festa para comemorar 80 anos, mas seu presidente, Bruno Lima Rocha, apesar da alegria pela data, lembra que altos custos atingem diretamente o setor.
– A grosso modo, nosso custo de operação é 50% maior do que o dos concorrentes estrangeiros. Para sobreviver e crescer nas próximas décadas, precisamos melhorar a competitividade – afirma Lima Rocha, que é dirigente do tradicional grupo Wilson, Sons.
Há alguns anos, o governo criou o Registro Especial Brasileiro (REB), mas não foram concedidos os benefícios planejados e, assim, a pequena melhoria legal não ensejou a recuperação do setor. Por isso, o Syndarma luta pelo que chama de “REB efetivo”, ou seja, a exemplo de Inglaterra, Alemanha, França e Noruega, a permissão para que as empresas de navegação operem sob custos internacionais. Os Estados Unidos adotaram sistema diferente, que é a emissão – de forma pragmática – de cheques com subsídios diretos para as empresas.
Na linha européia, o Syndarma pede: combustíveis a preços internacionais, com o mesmo subsídio dado ao óleo diesel no mercado interno; mudança no sistema de mão-de-obra, “em que a Marinha forma aproximadamente o número de marítimos que será absorvido pelo mercado. Em nenhum outro setor se chega tão perto do desemprego zero, o que tira poder de manobra das empresas”; redução do custo da praticagem; eliminação da burocracia existente na chamada Beira da Praia; ressarcimento do valor devido pela União, através do Fundo de Marinha Mercante, acima de R$ 400 milhões.
Em nota à classe, Lima Rocha reafirmou o respeito que o Syndarma conseguiu manter na sociedade, graças a “administrações isentas e vigilantes no que diz respeito à ética”. E concluiu: “Precisamos encaminhar solução de desoneração radical de nossa atividade, para que possamos competir em igualdade de condições com nossas congêneres internacionais, que têm suas embarcações registradas em diferentes registros nacionais, mas todos muito mais eficientes que o nosso REB”.
Fonte: Monitor Mercantil/Sergio Barreto Motta