Nobuo Oguri
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“A indústria da construção naval presta homenagem ao engenheiro naval Nobuo Oguri, cujo falecimento muito entristece a todos do setor”, disse Ariovaldo Rocha, presidente do SINAVAL.
O engenheiro naval Nobuo Oguri ingressou no Estaleiro Ishibras em 1959, chegou a vice-presidente executivo da empresa onde trabalhou até o encerramento das atividades em 1995. Foi, em diversas ocasiões presidente, do SINAVAL.
Atuante, até seu falecimento aos 88 anos, é símbolo da construção naval brasileira. Integrou a equipe de técnicos que criaram uma metodologia na gestão de estaleiros, cujos engenheiros, hoje em dia, ocupam posição destaque em estaleiros e empresas de engenharia naval.
“A construção naval depende das instalações industriais adequadas, de recursos humanos motivados e condições adequadas de acesso para a entrega de peças e equipamentos e de transporte público aos trabalhadores” destacava Nobuo Oguri ao listar as condições básicas para a boa operação da construção naval.
Nobuo Oguri chegou ao Brasil com dois anos de idade. Fez formação técnica para trabalhar na indústria e curso superior de engenharia mecânica e engenharia naval.
Seu primeiro emprego como engenheiro naval foi no Ishibras, cujas instalações no bairro do Caju, no Rio de Janeiro (RJ) ainda existem em operação com o nome de Estaleiro Inhauma.
O Ishibras (Ishikawajima do Brasil Estaleiros S.A.) foi fundado em 1958, pela empresa japonesa que hoje em dia é sócia de estaleiro no Brasil. Coube a Nobuo Oguri desenvolver sua carreira de engenheiro naval na construção de algumas das obras mais marcantes da construção naval brasileira, que iniciava sua fase de expansão para atender necessidades de navios de grande porte para a exportação de minério de ferro e importação de petróleo.
No Ishibras foram construídos e entregues 172 navios, incluindo os maiores navios já construídos no Brasil, os petroleiros / graneleiros “Docefjord” e “Tijuca”, de 305 mil toneladas, que iniciaram operações em 1986 e 1987. De 1978 a 1980, quatro navios petroleiros de 277 mil toneladas foram entregues à Petrobras.
De 1991 a 1994 foram entregues oito navios petroleiros (cinco com capacidade de 150 mil TPB e três de 132 mi TPB) para operadoras internacionais, principalmente a Chevron.
“Hoje, a construção naval brasileira é novamente um setor relevante para a economia brasileira e gerador de oportunidades de empregos qualificados para os jovens”, informa Ariovaldo Rocha.