Cerca de 45% da produção global de hidrocarbonetos líquidos deverá vir de fontes não tradicionais em 2040. Em 2010, esse tipo de produção, que inclui águas profundas, tight óleo e líquidos de gás natural, tinha menos de 25% de participação.
Esse crescimento será responsável pelo aumento de oferta de líquidos no mercado global. A estimativa do “The Outlook for Energy: A View to 2040”, apresentada na terça-feira (09/12) pela Exxon, prevê que, no fim do período, a oferta de petróleo deverá ser de 115 milhões de b/d, aumento de quase 30% sobre os 89 mi de b/d de 2010.
Há quatro anos, o tight oil correspondia a menos de 1% do suprimento de óleo global, participação que deve crescer para 7% até 2040. O maior crescimento virá dos Estados Unidos, que devem se tornar exportadores até o final dessa década, com um crescimento da produção de mais de 65%. Já no ano que vem, a produção do país deve ser maior do que a de qualquer país membro da OPEP, exceto a da Arábia Saudita.
Também deverão ganhar mercado os líquidos de gás natural, que em 2040 deverão responder por 15% da demanda, aumento causado pelo crescimento da produção de gás natural na América do Norte e no Oriente Médio.
Águas profundas
A produção de óleo em águas profundas deve mais do que dobrar no final do período estudado, alcançando 10 milhões b/d em 2040. Parte dessa contribuição deverá vir do Brasil, cuja produção deverá dobrar nesta década.
A expectativa é de que a produção das areias betuminosas quadruplique e alcance 9 milhões b/d, impulsionada principalmente pelo Canadá e pela Venezuela.
Para compensar o declínio dos desenvolvimentos convencionais já existentes, os novos desenvolvimentos necessitarão ultrapassar a produção de 15 milhões b/d em 2025 e de 30 milhões b/d em 2040. A projeção é de que o fornecimento de convencionais caia mais que 25% no Oriente Médio e cerca de 50% na Rússia. No entanto, as duas regiões devem se manter como principais exportadoras de óleo até 2040.
Fonte: Brasil Energia – Gabriela Medeiros