Ao mesmo tempo que prepara as medidas fiscais para viabilizar o superávit de 1,2% do PIB em 2015, o ministro indicado para a Fazenda, Joaquim Levy, foca a atenção também no desenho de um novo modelo de financiamento. O propósito é mitigar o efeito contracionista da política fiscal e viabilizar uma retomada mais rápida do crescimento em bases diversificadas e competitivas.

As grandes empresas serão estimuladas a buscar o mercado de capitais; para as empresas menores, discute-se uma reestruturação das condições de crédito e uma reorientação ampla das políticas, mantendo rigor nas avaliações de risco.

Constata-se que há grande demanda por papéis das grandes companhias que vai além das debêntures incentivadas. Já as empresas de menor porte precisam de acesso ao crédito para poder contribuir com a expansão da oferta e o BNDES deverá ter papel relevante nisso. Os instrumentos serão delineados para uso facultativo e mirando os dois universos.

Com os incentivos corretos, acredita-se que aumentará a disponibilidade de crédito para as empresas pequenas e médias, que vão ajudar na retomada de “fôlego” da atividade, para que o reequilíbrio das condições macroeconômicas possa ser obtido sem grandes solavancos na produção e no emprego. A intenção é levar essas ideias adiante sem aumentar o custo dos financiamentos para as grandes empresas e nem as transferências de recursos para os bancos federais.

Pretende-se criar uma nova classe de ativos para facilitar o aumento da poupança doméstica necessária ao financiamento do crescimento, segundo informou um assessor. Dois objetivos centrais são o aumento da poupança doméstica e a expansão da oferta de bens e serviços, ao mesmo tempo em que se buscará um reequilíbrio do instrumental macroeconômico, com a recuperação das condições do setor público gerar superávit, tirando o peso da estabilidade de preços colocado hoje sobre a política monetária — com impacto na taxa de câmbio.

Fonte: Valor Econômico — Claudia Safatlel