BRASÍLIA – O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, chega ao Brasil somente na próxima terça-feira, mas um entendimento já foi selado. Brasil e China assinaram um acordo-quadro sobre investimentos e cooperação econômica no valor de US$ 53,3 bilhões nas áreas de energia, mineração, obras de infraestrutura e manufatura.
O documento será firmado na próxima terça-feira, durante a visita de Li. E, segundo uma fonte envolvida diretamente no assunto, o acordo terá como signatários, de um lado, o Ministério do Planejamento e, de outro, a Chancelaria da China. Sua implementação será apoiada financeiramente por memorando de entendimento entre a Caixa Econômica Federal e o Banco Industrial e Comercial da China (ICBC).
Além de Brasília, o primeiro-ministro irá ao Rio de Janeiro. Existe, ainda, a possibilidade de Li visitar a usina de Belo Monte, no Pará, da qual a estatal chinesa State Grid participa com a construção de uma linha de transmissão.
Além de investimentos, existe a expectativa de um acordo sanitário que libere as exportações brasileiras de carne bovina ao país asiático. A entrada de carne brasileira in natura no mercado chinês tem sido feita por Hong Kong, de forma irregular.
Fontes do governo brasileiro avaliam que a China poderia fazer mais pela melhora da qualidade do comércio bilateral. Os chineses deveriam comprar mais aviões da Embraer e manufaturados do Brasil. Hoje, o grosso das compras se resume a produtos básicos, como soja e minério de ferro.
De janeiro a abril deste ano, foram exportados US$ 9,625 bilhões para a China. As importações somaram US$ 12,152 bilhões — um déficit para o Brasil de US$ 2,527 bilhões.