Sem polo naval estaleiros migram para região metropolitana de Manaus

  • 21/05/2015

MANAUS – Por indefinição quanto a implantação do Polo Naval do Amazonas empresas do segmento naval buscam novas alternativas para expandir os negócios e atender à demanda produtiva. Um exemplo, é o Erin (Estaleiro Rio Negro Ltda.), que neste mês recebeu licença ambiental para construir embarcações e estruturas flutuantes, no município de Iranduba (distante 22 quilômetros de Manaus), na Região Metropolitana de Manaus. Com a concretização do projeto, o Erin será o terceiro grande estaleiro a se instalar na margem direita do rio Negro, os outros são o estaleiro Juruá e estaleiro Prates.

De acordo com o assessor da diretoria do Erin, André Ricardo da Costa, hoje a empresa conta com 45 contratos que demandam o fornecimento de embarcações de pequeno e médio porte. Ele afirma que a previsão é que novos contratos sejam fechados nos próximos meses. Daí, surge a necessidade de ampliação do estaleiro.

Costa explica que por falta de opção, a empresa resolveu alugar uma área que apresenta 150 mil metros quadrados de extensão para desenvolver os novos projetos. Mas, ele afirma que se o segmento tivesse acesso a uma área destinada a essas implantações, com certeza, a empresa daria prioridade à determinada região. “Necessitamos de mais áreas para poder atender aos pedidos. A ideia da empresa é crescer e expandir a produção. Se o polo naval estivesse constituído teríamos como construir novas unidades na área determinada”, disse. “Queremos ficar em Manaus mas como não há áreas, temos que procurar outros locais”, completou.

Apesar de a unidade do estaleiro Erin que será construída em Iranduba estar fora da área limítrofe da concessão de benefícios fiscais concedidos pela ZFM (Zona Franca de Manaus), Costa enfatiza que a empresa não será prejudicada porque recebe investimentos do REB (Registro Especial Brasileiro).

Segundo o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Naval, Náutica, Offshore e Reparos do Amazonas (Sindnaval), Matheus Araújo, a indefinição quanto ao local em que o polo naval será construído é um dos motivos que pode levar as empresas do segmento a buscarem novas áreas para a instalação. Outro motivo, citado por ele, é a questão do investimento.

“Muitos procuram a Região Metropolitana porque aguardam uma promessa feita por Eduardo Braga, enquanto atuava como governador. Ele prometeu mexer no projeto da ZFM e estender o benefício fiscal até à Região Metropolitana mas até hoje nada foi concretizado. Há também o fator investimento. Os terrenos naquela área estão muito valorizados”, comenta.

O presidente ainda explicou que a área delimitada pela Zona Franca de Manaus (ZFM) para a concessão dos benefícios fiscais segue o seguinte trajeto: sai da Suframa até a margem esquerda do rio Amazonas, passa pela entrada do município de Rio Preto da Eva, até a cidade de Presidente Figueiredo.

Em seguida, corta a margem esquerda do rio Amazonas na comunidade Araras, onde funcionava a antiga fábrica de carvão da Siderama. Deste ponto retorna ao porto de Manaus, na orla, e segue até a Suframa. “É um quadrilátero de 10 mil quilômetros quadrados de extensão territorial”, informou.

Araújo ressalta que aguarda um posicionamento do governador do Estado, José Melo (PROS), ainda nesta semana. Na quinta-feira (21), o segmento promove o Segundo Encontro da Indústria Naval com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e agentes financeiros.

Durante o evento, que vai acontecer no auditório do Senai, no Distrito Industrial, os representantes discutirão temas relacionados ao desenvolvimento da indústria naval no Estado. “Esperamos que o governador dê uma definição relacionada ao polo. O encontro tem o objetivo de reunir o setor naval e a cadeia produtiva que está em seu entorno. Todos, aguardam um posicionamento”, frisou.

Fonte: Portal Amazonia – Priscila Caldas – Jornal do Commercio

 

21/05/2015|Seção: Notícias da Semana|Tags: , , |