O Estaleiro Eisa Petro Um (Mauá) na Ponta da Areia em Niterói, demitiu nesta terça-feira mil operários, de um total de cerca de 3.600 segundo informou o presidente do o Sindicato dos Metalúrgicos de Niterói, Edson Rocha. O sindicalista explicou que em reunião nesta terça com os representantes do estaleiro Eisa, uma empresa do grupo Sinergy, controlador do Estaleiro Mauá, para realizar as construções dos navios petroleiros encomendados pela Transpetro, subsidiária da Petrobras, afirmaram que as demissões foram necessárias porque não tem mais recursos.
Os representantes da empresa me falaram que dentro de uma semana não teriam mais dinheiro nem para pagar as refeições dos trabalhadores nem pagar o salário no fim do mês – disse Rocha.
De acordo com o sindicato, o Eisa já fez três dos últimos quatro navios que tinham sido encomendados pela Transpetro. O estaria sem recursos estaria com dificuldades para construir o quarto navio e teria solicitado revisão dos preços junto à estatal. Mas outro problema seria que o Eisa não está com dificuldades para conseguir garantias reais para obter um financiamento bancário para poder iniciar as obras de um outro contrato da Transpetro com encomenda de mais oito navios.
– Sem recursos não tem o material para dar início aos novos navios e com isso eles (a empresa) argumenta que fica difícil manter os trabalhadores. a situação é muito grave, pois é mão de obra qualificada que acaba se perdendo – destacou Edson Rocha.
Fonte: O Globo – Ramona Ordonez
A crise
A crise da indústria naval está instaurada definitivamente em Niterói e São Gonçalo e ninguém sabe como vai acabar esta história. Alguns chegam arriscar que se aproxima o mesmo período negro vivido entre os governos Collor, Itamar e Fernando Henrique quando não se construiu nenhum navio nos grandes estaleiros do Rio de Janeiro. A situação está deixando o setor perplexo a ponto do Sindicato dos Metalúrgicos convocar uma esdrúxula manifestação dos trabalhadores do Eisa/Mauá na porta da Prefeitura para reclamar salários atrasados. Quase foram reclamar com o bispo.