A parcela verde e amarela do FPSO de Tartaruga

  • 20/07/2015

O Brasil terá uma participação significativa na construção do FPSO Campos dos Goytacazes, que será instalado no campo de Tartaruga Verde, na Bacia de Campos. A previsão é de que 25% dos módulos da plataforma, com capacidade para produzir 150 mil bpd, sejam construídos no país, onde também será feita a integração do topside da unidade. O casco será convertido na Ásia.

Segundo informações que a Modec vem passando a fornecedores, as subcontratadas indicadas para construir oito módulos no Brasil são a Schahin, EBE e Enaval.  Os demais 23 módulos serão fabricados pelos estaleiros Dalian, Jutal e Bomesc, na China, e Aibel, na Tailândia.

Para executar a integração dos módulos, a Modec estuda contratar o Brasfels, em Angra dos Reis (RJ) e o Jurong, em Aracruz (ES), cujas matrizes, além do estaleiro Cosco, serão responsáveis pela primeira fase de integração na Ásia.

Uma parte importante dos equipamentos e sistemas da plataforma também deve ser fabricada no Brasil. Das 94 empresas indicadas na vendor list do projeto, 19 (20%) estão localizadas no país. Entre elas estão a Jaraguá, Flexomarine, EBSE, Sulzer, Sextante, Cameron, Degremont, Frames, IHC, Bardella, Trelleborg, KSB e Rowserve.

Trata-se de potenciais fornecedores de bombas de tratamento e injeção de água do mar; separadores de produção de óleo e tratadores eletrostáticos; equipamentos estáticos; sistema de offloading; boca de sino dos risers e componentes de ancoragem.

Na lista também estão empresas localizadas na Alemanha, Holanda, Itália, Reino Unido, França, Finlândia, Suíça, Noruega, EUA, Canadá, China, Singapura, Coreia do Sul, Japão e Malásia. Nesses locais deverão ser comprados os pacotes de injeção química e tratamento de água do mar, turbinas geradoras, compressores, guindastes, guinchos, etc.

O cronograma da Modec prevê a conclusão dos trabalhos de conversão e integração na Ásia em dezembro de 2016. Já a construção dos módulos no Brasil está prevista para terminar no final de janeiro de 2017. A integração começará na sequência, estendendo-se até julho daquele ano. O primeiro óleo é esperado para novembro de 2017.

450 milhões de boe

A Petrobras declarou a comercialidade dos campos de Tartaruga Verde e Mestiça em dezembro de 2013. A estatal estima que o campo de Tartaruga Verde tenha 230 milhões de boe recuperáveis e Tartaruga Mestiça, 121 milhões de boe. Tartaruga Verde está localizada a 127 km da cidade de Macaé, na costa do estado do Rio de Janeiro, situa-se em lâmina d’água de 976 m, a uma profundidade de 2.993 m, com contato óleo/água (O/A) constatado a 3.123 m. A acumulação Tartaruga Mestiça, de acordo com a Petrobras, encontra-se a 500 m a Sudoeste de Tartaruga Verde, em lâmina d’água de 934 m, a uma profundidade de 2.870 m, com contato O/A constatado a 3.064 m.

No final de 2014, a ANP determinou a incorporação do campo de Tartaruga Mestiça ao campo de Tartaruga Verde. Com isso, o primeiro deixou de existir. No momento, a petroleira e a agência discutem na Justiça a delimitação do campo. O ativo é 100% da Petrobras, no pré-sal da Bacia de Campos, e pelo plano de negócios atual da companhia, começa a operar comercialmente em 2017.

Fonte: Brasil Energia Petróleo e Gás – Edição 416 – Julho2015 – Gustavo Gaudarde e João Montenegro
20/07/2015|Seção: Notícias da Semana|Tags: , , |