A acentuada queda do preço do barril de petróleo desde o primeiro semestre de 2014 reduziu, por tabela, os ganhos de alguns dos principais fornecedores da área de óleo e gás no mundo. Um levantamento feito pela Brasil Energia Petróleo com dez multinacionais mostra que, em média, sua receita dos fornecedores caiu 12% no período.
As empresas consideradas foram a Aker Solutions, Baker Hughes, Cameron, FMC Technologies, Halliburton, NOV, Oil States, Schlumberger, Subsea 7 e Technip. Dentre elas, apenas a Aker Solutions, a Cameron e a Technip faturaram mais neste semestre (respectivamente 6,47%, 24,58% e 17,66%).
Em termos de investimentos (capex) na primeira metade do ano, a variação média negativa foi de 18% em comparação com o mesmo período de 2014. Baker Hughes e Schlumberger apresentaram a queda mais acentuada, investindo 33% a menos que um ano antes.
Em geral, as empresas responsabilizaram a redução das atividades de E&P em regiões importantes como o Golfo do México, Mar do Norte e o onshore norte-americano pela queda no faturamento. Além disso, muitas foram afetadas por variações cambiais em suas atividades no exterior.
Para enfrentar a crise, a maioria delas está implementando programas de redução de gastos, que já levaram a milhares de cortes de funcionários. A Schlumberger, por exemplo, demitiu 11 mil pessoas no primeiro trimestre. A Technip cortará 6 mil postos de trabalhos até o final do próximo ano.
Diante da perspectiva de que as petroleiras reduzirão em média 15% de seus investimentos este ano, o cenário para o segundo semestre aponta para novas quedas de faturamento. No médio prazo, o mercado poderá também ser afetado pelo Irã, que, após a suspensão de sanções internacionais, deverá acrescentar em 7 mil barris/dia a produção mundial, mantendo preço do petróleo em patamares bem inferiores aos vistos no ano passado.
Fonte: Brasil Energia – João Montenegro e Gustavo Gaudarde