Mercado mundial para construção de FPSOs

  • 18/09/2015

O portal FPSO NetWork, que congrega profissionais que trabalham em projeto de engenharia, construção e operação comercial de plataformas de petróleo tipo FPSO (floating, production, storage and overflow), analisa o mercado mundial para construção, em preparação para o 16º Congresso Mundial de FPSO, que se realiza em Cingapura, de 28 de setembro a 1º de outubro.

O baixo preço do barril do petróleo resultou na redução dos investimentos das petroleiras, anunciando um futuro mais difícil para os estaleiros que são líderes mundiais na construção das plataformas flutuantes de produção de petróleo. Esses estaleiros estão concentrados na Ásia.

Os principais estaleiros construtores são o Hyundai Heavy Industries (HHI) e o Samsung Heavy Industries (SHI), da Coréia do Sul.  Os estaleiros da China, China Dalian Shipbuilding Industry Offshore Company (DSIC) e Shanghai Waigaoqiao Shipbuilding (SWS), atuam neste mercado em menor escala. A conversão de cascos de petroleiros em FPSOs é dominada pelos estaleiros de Cingapura Keppel e Jurong. Neste segmento também aumentam sua participação os estaleiros Malaysian MMHE, Dubai Drydocks e Cosco, da China.

Prejuízos

Estaleiros acostumados aos bons tempos e com elevados custos operacionais e administrativos apresentam prejuízos, diante de um mercado com demanda em queda. Três estaleiros da Coréia do Sul divulgaram prejuízos: Hyundai (prejuízo de US$ 1,8 bilhão ao final de 2014); Daewoo (prejuízo de US$ 2 bilhões no primeiro trimestre de 2015); Samsung (prejuízo de US$ 900 milhões).

Analistas avaliam que esses estaleiros migraram da construção tradicional de navios para complexos projetos offshore, após a crise de 2008. A mudança para este novo segmento do mercado ocorreu com atrasos e com custos superando orçamentos. Os problemas ocasionados pelos aumentos dos custos se tornaram críticos para as petroleiras que encomendavam os equipamentos, diante de um cenário de preços declinantes do barril do petróleo.

Os estaleiros China estão em situação idêntica. Para disputar o mercado com concorrentes da Coréia do Sul e de Cingapura, oferecem vantagens na redução dos pagamentos iniciais nas encomendas. Mas a situação do mercado não favorece esta opção. O Rongsheng Heavy Industries, da China, que implantou estaleiro em Cingapura para disputar o segmento de construção offshore se tornou um símbolo da crise de crédito e está ameaçado de perder seus ativos. O estaleiro Cosco, da China, no primeiro trimestre de 2015 apresentou prejuízo de US$ 4 milhões, considerado pequeno, mas indicativo da mudança de cenário.

Os estaleiros Keppel, SembMarine e MMHE, de Cingapura, são mais forte e especializados no segmento offshore que seus competidores da Coréia do Sul e da China. Não apresentam prejuízos, mas registram redução nos rendimentos.

A carteira de encomendas existente

Os estaleiros ainda possuem uma carteira de encomendas razoável para suportar os próximos anos. Keppel tem encomendas no valor de US$ 11 bilhões; SembMarine tem encomendas no valor de US$ 10,9 bilhões; Cosco tem encomendas de US$ 8,1 bilhões. Existem temores de cancelamentos de contratos.

O futuro

O Brasil, o país que tinha o maior volume de investimentos na produção de petróleo offshore, agora se apresenta como um mercado incerto, registrando corte de investimentos de 37% para o período 2015-2019, anunciou investimentos de US$ 130,3 bilhões. No plano anterior o investimento foi de US$ 206,8 bilhões.

O excesso de oferta de petróleo vai reduzir as encomendas de plataformas de produção e estaleiros mudam seu foco para o reparo, conexões e comissionamento. Se a redução de demanda prosseguir estaleiros antes dedicado ao segmento offshore vão disputar contratos para construção de navios, principalmente pra transporte de gás (LNG e LPG). No momento estaleiros da Coréia do Sul lideram na construção de navios gaseiros.

Fonte: FPSO Network.com
18/09/2015|Seção: Notícias da Semana|Tags: |