A Sete Brasil voltou a debater com os bancos credores a possibilidade de novo prazo para o início do pagamento da dívida da empresa diante de mais impasse com a Petrobras.
Segundo apurou a Folha, representantes dos acionistas e dos bancos credores fizeram reuniões por telefone nesta terça-feira (29). O objetivo da Sete Brasil era explicar as razões do atraso e sinalizar que um novo período de carência deve ser necessário.
Petrobras e Sete Brasil fecharam há um mês um acordo sobre o número de sondas que seriam encomendadas para a exploração do pré-sal, mas até agora o contrato não foi assinado.
Já interlocutores da estatal dizem que, na verdade, são os sócios da Sete que estão apresentando novas demandas na tentativa de melhorar o retorno com o projeto.
Mas, sem ter certeza de quando o contrato e a capitalização virão, a Sete precisa que os bancos concordem em esperar mais tempo antes de voltar a cobrar.
O novo acordo poderia evitar ainda que os bancos tenham de aumentar as provisões para perdas com a Sete Brasil registradas em seu balanço, segundo executivos envolvidos.
A Sete Brasil precisa que o acerto com a estatal se torne oficial para levantar recursos. A companhia necessita de pelo menos R$ 4 bilhões. Sem a injeção financeira, não há dinheiro para pagar os bancos. Na lista de credores, estão as principais instituições financeiras do país: Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Itaú Unibanco, Bradesco e Santander.
Os empréstimos já venceram, por isso, uma renegociação sobre o pagamento era esperada. Mas, sem ter certeza de quando o contrato e a capitalização virão, a Sete precisa que os bancos concordem em esperar mais tempo antes de voltar a cobrar.
O novo acordo poderia evitar ainda que os bancos tenham de aumentar as provisões para perdas com a Sete Brasil registradas em seu balanço, segundo executivos envolvidos. Após a Sete ser citada na Operação Lava Jato, o BNDES travou a liberação de um empréstimo de longo prazo que seria usado para quitar a dívida com os bancos.
Os principais bancos já cobraram o pagamento das garantias, mas o trâmite com o FGCN (Fundo de Garantia para a Construção Naval) não terminou e elas só cobrirão de 30% a 40% do valor. O restante depende da negociação com a Sete Brasil —e de sua sobrevivência. O acordo de agosto com a Petrobras previa que 15 sondas seriam construídas pela Sete Brasil e a empresa teria o direito de operar cinco delas.