O relatório annual Review of Maritime Transport 2015, produzido pela Unctad (United Nations Conference on Trade and Development), divulgado em 15/10/2015, apresenta a situação do transporte marítimo mundial em 2014. Em 2014 a frota mundial de navios mercantes apresentou uma expansão mais lenta de toda a década, o aumento da tonelagem de porte bruto ofertada pelos navios foi de 3,5%. No início de 2015 o total de navios mercantes em operação somava 89.464, com um total de capacidade de carga de 1,7 bilhão de toneladas de porte bruto.
O relatório aponta o processo de concentração das empresas de transporte marítimo, cujos exemplos são as fusões da Compañía Sudamericana de Vapores com a Hapag-Lloyd, e da Compañía Chilena de Navegación Interoceánica com a Hamburg Süd. A estatística demonstra que o volume de transporte de contêineres por empresa e países triplicou, mas o número de empresas em operação reduziu 29%. Essa tendência mostra que os navios ficam maiores e busca de economia de escala reduz o número de empresas operando em cada mercado.
A realidade da concentração do transporte marítimo em menos empresas coloca para os formuladores de políticas o desafio de apoiar os avanços tecnológicos que implicam em redução de custos ao mesmo tempo assegurar que exista um ambiente competitivo que assegure o repasse aos clientes, importadores e exportadores, da redução de custos produzida pelo aumento da escala de operações.
No início de 2015 as 10 maiores operadoras de transporte marítimo dominam 61% do total do transporte de contêineres. As 20 maiores operadoras dominam 83% do total do transporte marítimo neste segmento. O tamanho médio dos novos navios porta-contêineres em construção tem em média capacidade para 10 mil contêineres. Poucas empresas, fora da lista das 20 maiores, estão contratando novos navios e mesmo assim são menores que a média.
Apesar da nova capacidade de carga acrescentada, com a construção de novos navios, apresentar expansão menor ainda é superior que a expansão da economia global e ligeiramente superior ao crescimento do transporte marítimo mundial de 3,4%. Uma explicação é o ciclo longo da construção naval, que ainda mantém em construção encomendas realizadas, em alguns casos, em 2008. O relatório aponta que em 2014 a entrega de menos navios e a redução do sucateamento de navios antigos resulta numa frota mundial mais velha.