A retomada das atividades das prestadoras de serviço do setor de óleo e gás brasileiro pode ocorrer apenas em 2018. A estimativa é da Associação Brasileira das Empresas de Serviço de Petróleo (Abespetro), para quem, contudo, a recuperação da indústria local pode ocorrer mais cedo do que em outras regiões do mundo, devido à viabilidade dos projetos do pré-sal, mesmo se o preço do barril do Brent chegar a US$ 45.
“Os analistas preveem que o preço do óleo pode melhorar ao final de 2016, início de 2017, mas isto garantiria a retomada das nossas atividades somente a partir de 2018, pois as empresas ainda teriam que trabalhar na reavaliação e aprovação dos seus projetos, para aí sim retomar seus processos de contratação”, afirmou o diretor-presidente da Abespetro, Paulo Martins.
As saídas para as prestadoras de serviço do setor, segundo Martins, têm sido reduzir custos e buscar outros mercados até então não considerados ou assumidos como de menor atratividade. “Exportar produtos e serviços pode ajudar em muito”, destacou.
Por outro lado, em curto prazo, o executivo enxerga um impacto maior da crise petrolífera no Brasil, devido à situação econômico-financeira e de governança da Petrobras. “A crise mundial acontece ao mesmo momento em que nosso principal e maior contratante atravessa graves problemas de compliance e de caixa”, afirmou. Martins acrescenta ainda a situação difícil de governança política do país, atrelada a uma situação de economia “absolutamente frágil”.
O diretor-presidente da Abespetro ressalta ainda a necessidade de garantir a sustentabilidade da cadeia produtiva, para que as empresas estejam preparadas para quando os investimentos retomarem de forma significativa. “Nos falta uma política industrial e maior previsibilidade do futuro. Às vezes falta alinhamento, para a busca do objetivo comum de desenvolver a indústria de óleo e gás no Brasil”, afirmou.