O mundo do petróleo está vendedor e no Brasil a situação não é diferente. Além da Petrobras, que lidera o movimento de venda no pais, Statoil, Total, Ecopetrol, OGPar e Premier estão inundando o mercado offshore brasileiro de E&P com a oferta de ativos.
São ativos de variados portes e estágios, alguns disponibilizados em processos formais e outros fora dos tradicionais modelos dos road-show. Ao todo, segundo levantamento feito pela Brasil Energia Petróleo, são pelo menos 27 ativos offshore abertos a propostas.
As oportunidades disponíveis no momento estão espalhadas pelas bacias de Campos, Santos, Espírito Santo, Foz do Amazonas, Potiguar e Ceará. Estão em oferta campos em produção e áreas exploratórias, algumas já com descobertas feitas e outras com programas de trabalho ainda por fazer.
A Petrobras comanda a venda de participações em um portfólio, que conta com os campos de Baúna, Tartaruga Verde-Tartaruga Mestiça, Maromba, Piracuçá e Golfinho e mais as áreas de Júpiter (BM-S-24), Carcará (BM-S-8), Sagitário (BM-S-50), Lebre (BM-S-51) e Pão de Açúcar (BM-C-33), além dos recém disponibilizados campos de Aratum, Serra e Macau, em águas rasas da Bacia Potiguar.
A Statoil está aberta a ofertas que diminuam sua exposição ao risco nos blocos ES-M-598, ES-M-671, ES-M-673 e ES-M-743, todos na Bacia do Espírito Santo. A Total está disponibilizando fatias dos blocos FZA-M-125, FZA-M-127, FZA-M-57, FZA-M-86 e FZA-M-88, na Foz do Amazonas, a Ecopetrol no POT-M-567, na Bacia Potiguar, e Premier no CE-M-665 e CE-M-717, ambos na Bacia do Ceará. No segmento de desenvolvimento da produção, a OGPar, está ofertando 40% da sua participação nos campos de Atlanta-Oliva.
Estão em oferta desde participações pequenas, girando ao redor de 10% a 15%, até fatias de 30%, 50%, 70% e, a depender da proposta, 100%. De um modo geral, não há teto para o percentual e nem mesmo restrição à liberação da posição de operadora. Com o mercado em baixa, especialistas avaliam que tudo depende do preço a ser acertado.
Outras petroleiras devem seguir o mesmo rastro dos farm-outs. A Queiroz Galvão já admite que deve buscar, em breve, um sócio para os blocos BM-SEAL-351 e BM-SEAL-428, tão logo tenha uma avaliação mais precisa da campanha sísmica já contratada. O grupo brasileiro detém 100% de participação nos dois projetos.
Outra possibilidade de negócio vem da revisão do portfólio da Shell, com a concretização da operação de compra da BG, que responde pela operação de nada menos que dez blocos na Bacia de Barreirinhas. Aposta-se também em movimentos promovidos pela Exxon, no bloco POT-M-762, e a Chevron, na área do CE-M-715 e até mesmo em Maromba, campo onde atua em parceria com a Petrobras.
A Petrobras estuda também a possibilidade de venda de campos de águas rasas na Bacia de Sergipe. Segundo um diretor da petroleira, hoje “tudo é passível de venda”, dentro e fora do E&P.