Perdas da Petrobras com Sete Brasil chegam perto de R$1 bilhão

  • 22/03/2016

A Petrobras aumentou para R$ 922 milhões sua projeção para perdas com o investimento feito na empresa de sondas Sete Brasil. A informação consta do balanço da companhia para o quarto trimestre de 2015, com prejuízo de R$ 34,8 bilhões.

No terceiro trimestre, o valor estimado para a perda com a Sete Brasil era de R$ 676 milhões. “Em decorrência da deterioração da situação econômica e financeira da Sete Brasil, da interrupção de grande parte das obras do projeto, bem como do cenário de incerteza sobre as alternativas de continuidade do projeto, neste momento, não há como estimar qualquer benefício econômico futuro para este investimento”, diz a Petrobras em suas demonstrações financeiras.

Criada em 2010 para fornecer 28 sondas para o pré-sal, a Sete Brasil não tem dinheiro para continuar as obras e se tornou inadimplente com estaleiros e fornecedores de equipamentos.

A Petrobras tem uma participação direta de 5% na Sete Brasil e detém 4,59% do Fundo de Investimentos em Participação (FIP) Sondas, que controla a empresa. É sócia, neste fundo, de bancos e fundos de pensão.

Por outro lado, a estatal é a única cliente da Sete. As duas partes negociam uma revisão do contrato, para adequá-lo ao novo cenário de petróleo barato. A ideia da estatal é reduzir para dez o número de sondas contratadas.

Em entrevista para detalhar o balanço nesta segunda (21), a direção da Petrobras evitou comentários sobre as negociações. Questionado sobre o tema, o presidente da estatal, Aldemir Bendine, limitou-se a dizer que as negociações continuam.

“Estamos fazendo, não só este ano, como já fizemos em períodos anteriores, provisionamento para caso a empresa não possa tocar seus projetos adiante”, concluiu.

Ao mesmo tempo em que negocia com a Sete, a Petrobras vem reduzindo o número de sondas contratadas com outras empresas. Entre 2014 e 2015, a frota dedicada à estatal caiu de 62 para 45.

Além disso, anunciou uma baixa contábil de R$ 2 bilhões com relação a sondas próprias que não serão mais usadas no futuro. Bendine ressaltou, porém, que a lista inclui sondas de águas rasas e terrestres, que não competem com os equipamentos em negociação com a Sete Brasil.

Fonte: Folha de São Paulo – Nicola Pamplona
22/03/2016|Seção: Notícias da Semana|Tags: |