A Petrobras ainda prepara internamente a nova versão de seu plano de negócios, mas já é possível antecipar que a provável redução dos investimentos da estatal passa pela postergação de projetos no pré-sal.
A petroleira portuguesa Galp, sócia da Petrobras em áreas importantes, como Lula e Iracema, informou ontem que ao menos três campos operados pela petroleira brasileira – Sépia, Lula Oeste e Atapu Norte – devem ser adiados.
O novo cronograma foi apresentado pela Galp durante o anúncio do plano de negócios 2016-2020 da companhia, que faz do Brasil o grande motor de seu crescimento. Ao todo, sete dos nove projetos da carteira de projetos da portuguesa, com previsão para começar a produzir até 2020, estão localizados no pré-sal brasileiro.
O diretor executivo de Exploração e Produção da Galp, Thore Kristiansen, afirmou que, apesar das revisões nos cronogramas, a transferência da maior parte das obras das plataformas replicantes para a China ajudou a reduzir os riscos de novos atrasos na entrega das unidades. As replicantes são plataformas projetadas com mesma capacidade de produção (150 mil barris/dia) e encomendadas aos estaleiros brasileiros, que acabaram repassando parte das obras para o exterior, em meio à crise das grandes empreiteiras nacionais.
Segundo Kristiansen, as obras das primeiras embarcações estão dentro do prazo e a previsão é que as duas primeiras plataformas, que vão operar em Lula Sul e Lula Extremo Sul, devem iniciar as atividades até o ano que vem, conforme planejado.
“Estamos confiantes de que os riscos foram reduzidos”, disse o executivo, durante apresentação do plano de negócios da Galp para investidores. “A gente assumiu no ano passado uma média de atraso de um ano na entrada em operação dos replicantes e mantemos essa previsão”, completou.
A petroleira portuguesa, contudo, anunciou a revisão do cronograma de alguns projetos: Lula Oeste, previsto inicialmente para 2020, deve entrar em produção apenas na próxima década; Atapu Norte, antes programada para 2018, também saiu do horizonte dos investimentos da Petrobras até 2020; e o projeto de Sépia teve seu cronograma revisto para 2020.
A única antecipação se deu com o início da produção de Berbigão/Sururu, que deve ser antecipada em um ano, de 2019 para 2018.