Polo Naval do Amazonas aguarda fundo de R$ 280 milhões para obras

  • 12/05/2016

MANAUS – O Polo Naval Amazonense espera receber do Fundo da Marinha Mercante (FMM), até o final deste ano, investimentos estimados em R$280 milhões destinados às construções de embarcações.

O setor também tem boas expectativas quanto à desburocratização de processos que viabilizem o acesso ao crédito bancário a partir da criação de uma política de financiamentos. O desenvolvimento do setor foi tema de discussão entre os empresários locais e representantes do DFMM (Departamento do Fundo de Marinha Mercante), vinculado ao Ministério dos Transportes, durante o ‘Workshop Fundo de Marinha Mercante’ realizado ontem no auditório da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam), Centro.

De acordo com o presidente do Sindnaval-AM (Sindicato da Indústria da Construção Naval, Náutica, Offshore e Reparos do Amazonas), Matheus Araújo, o encontro foi positivo e deve resultar em melhorias significativas para o setor. Ele afirma que os empresários tiveram a oportunidade de esclarecer dúvidas sobre o acesso aos recursos financeiros e ainda, de expressar a indignação quanto à morosidade dos processos.

Araújo disse que um dos pontos de destaque na reunião foi referente à solicitação de aumento de 20% para 40% do percentual atualmente adiantado aos empresários que solicitam créditos bancários. Segundo ele, as representantes do DFMM, Laira Vanessa Gonçalves, e a coordenadora do Afrem, Gabriela Valadão, acataram as justificativas apresentadas pelos empresários ao mesmo tempo em que solicitaram um relatório que apresente o levantamento sócio-econômico da indústria naval do Estado, com orçamentos baseados nos processos e nos custos de construção.

O documento será compilado em parceria com o Sindarma (Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial no Estado do Amazonas). “As representantes afirmaram que as solicitações farão parte da pauta na próxima reunião do DFMM e para isso, precisam que entreguemos esse relatório. Com base nas informações elas irão justificar o motivo de necessitarmos de aumento nesse percentual que é adiantado aos construtores de embarcações”, disse.

Segundo o presidente, o banco, ao aprovar um projeto de uma obra, atualmente, divide o orçamento em três etapas. A primeira, no valor de 20%, é liberada à fabricante para a compra dos materiais para o início das obras. Enquanto os 80% restantes são liberados mediante fiscalizações, que são chamadas de ‘medições’. Essas fases ocorrem conforme o andamento das obras e a solicitação do estaleiro.

“Os 20% que recebemos são insuficientes para a aquisição do material. Além disso, a liberação das demais porcentagens só acontecem após uns três meses da realização das medições e isso é prejudicial porque ficamos sem recursos para continuar o trabalho”, reclama. “Temos que fazer mágica tirando o valor de um local para destinar a outro, caso contrário, temos que parar as atividades. Se conseguirmos aumentar esse percentual e otimizar o processo burocrático, teremos ganhos produtivos e impulso ao segmento naval local”, completa.

A diretora do DFMM Laira Vanessa Gonçalves, falou sobre os financiamentos de construção e reparação de embarcações com recursos do FMM. “A iniciativa é importante principalmente pelo movimento que está acontecendo na região Norte no transporte de cargas. Houve um aumentou no período recente devido ao crescimento do escoamento de grãos pelo Arco Norte. E o Fundo da Marinha Mercante é um instrumento importante para fomentar esse crescimento. Viemos divulgar as possibilidades de financiamentos e de fomento, bem como ouvir o setor em relação aos instrumentos do FMM e verificar o que pode ser melhorado”, comentou a diretora.

O presidente do Sindarma, Galdino Alencar Júnior, destacou que o diálogo dos setores com os gestores do FMM possibilitará redução das barreiras de acesso aos financiamentos para modernização da frota com construção e reparação das embarcações. “Esse é um momento especial de esclarecer todas as dúvidas do FMM sobre ressarcimento e financiamento. A nossa região é diferenciada porque as rodovias são os nossos rios e acredito que o Amazonas e demais Estados da região são os principais necessitados para o funcionamento pleno do FMM. Os setores naval e de navegação precisam disso”, ressaltou.

No Amazonas, até março 16 projetos com financiamento foram contratados com apoio do FMM, sendo 13 embarcações iniciadas (financiamento contratado com liberação de recursos) e três construções de embarcações a serem iniciadas (financiamento contratado ainda sem liberação de recursos).

Fonte: Portal Amazônia
12/05/2016|Seção: Notícias da Semana|Tags: |