A Queiroz Galvão E&P (QGEP) planeja investir US$ 200 milhões na perfuração de pelo menos quatro poços exploratórios a partir de 2017 ou 2018 nos blocos arrematados na 11ª rodada da ANP.
Na apresentação dos resultados financeiros do segundo trimestre, a companhia assinalou, porém, que os custos reais poderão ser menores, refletindo a redução dos valores para perfuração no setor.
Na 11ª rodada a QGEP adquiriu cinco blocos como operadora, sendo um na Bacia da Foz do Amazonas (FZA-M-90), dois em Pernambuco-Paraíba ( PEPB-M-894 e PEPB-M-896) e dois em Pará-Maranhão (PAMA-M-265 e PAMA-M-337). A empresa arrematou ainda, como sócia, outros três blocos, sendo dois na Bacia do Espírito Santo e um na Bacia do Ceará.
A QGEP informou que foi concluída, durante o trimestre, uma aquisição de dados sísmicos na Bacia do Pará-Maranhão, os quais serão processados ao longo do ano. Já nas Bacias de Foz do Amazonas, Ceará e Espírito Santo, os dados adquiridos e processados já estão sendo interpretados para avaliação do potencial dos ativos.
Para os blocos SEAL-M-351 e SEAL-M-428, arrematados na 13ª Rodada, em 2015, a QGEP solicitou o termo de referência ao Ibama para iniciar a aquisição de dados sísmicos, cujo cronograma ainda está em avaliação. A expectativa é desembolsar de US$ 15 a US$ 20 milhões com as campanhas nos próximos cinco anos. A petroleira informou que está avaliando o melhor momento para iniciar o farm out dos dois ativos.
Na Bacia de Camamu, a QGEP espera receber do Ibama em 2017 a licença para perfurar um poço pioneiro no prospecto CAM#01, no bloco CAL-M-372, onde tem participação de 20%. O consórcio responsável pela concessão solicitou à ANP a postergação dos prazos por conta das condições atuais de mercado e das incertezas em relação ao licenciamento.
Carcará
Sobre a mudança de operador do bloco BM-S-8, onde tem participação de 10%, a QGEP disse que a venda da participação da Petrobras para a Statoil é positiva. “A Statoil já é nossa parceira em dois blocos adquiridos na 11a Rodada, e estamos satisfeitos em tê-la como operadora também do BM-S-8, o que contribuirá para acelerar o desenvolvimento da descoberta de Carcará e agregar ainda mais valor”, comentou a companhia.
Ativos petrolíferos
Atlanta
Conforme antecipado pela Brasil Energia Petróleo, a QGEP informou que o primeiro óleo do Sistema Antecipado de Produção (SPA) do campo de Atlanta, no bloco BS-4, está previsto para o primeiro semestre de 2017. O FPSO Petrojarl I, que produzirá na área, deve chegar ao país somente no primeiro trimestre do ano que vem devido a “desafios no processo de customização da planta” na Holanda.
A produção inicial em Atlanta será de 20 mil bpd por dois poços horizontais que já foram perfurados. O consórcio poderá optar por perfurar um terceiro poço, o que aumentará a capacidade de produção média do SPA para 30 mil bpd. “Essa decisão será baseada em vários fatores, incluindo o cenário de preços de óleo”, disse a companhia.
A produção do SPA de Atlanta será vendida para a Shell, com a qual a QGEP assinou um contrato de comercialização em outubro do ano passado. O contrato tem prazo de três anos, com a possibilidade de extensão por mais um ano. Os demais sócios do Consórcio do Campo de Atlanta – OGPar (40%) e Barra Energia (30%) – celebraram o mesmo tipo de acordo com a Shell.
Manati
A produção média do campo de Manati, na Bacia de Campos, foi de 5 milhões de m³/dia, queda de 16,6% em relação ao segundo trimestre de 2015. Segundo a QGEP, a variação foi fruto da redução do consumo de gás no país.
Capex
O Capex da QGEP para 2016 está orçado em US$ 60 milhões, dos quais US$ 30 milhões são previstos para o Campo de Atlanta e US$ 19 milhões, para a aquisição e análise de dados sísmicos dos blocos da 11ª Rodada de Licitações da ANP. No primeiro semestre do ano, a QGEP desembolsou US$ 20 milhões.
A petroleira estima investir US$ 95 milhões em 2017, sendo US$ 45 milhões para o Campo de Atlanta e US$ 48 milhões em aportes em exploração, dos quais US$25 milhões serão destinados às atividades no BM-S-8 e US$ 20 milhões relativos à perfuração de um poço no Bloco CAL-M-372.
Resultados
A QGEP registrou prejuízo líquido de R$ 7,7 milhões no segundo trimestre, ante lucro de R$ 39 milhões no mesmo período do ano passado. No acumulado até junho, contudo, a empresa lucrou R$ 38,7 milhões, ante os ganhos de R$ 134,1 milhões nos seis primeiros meses do ano passado.
A receita líquida da companhia no trimestre foi de R$ 120,4 milhões, queda de 3,3% em relação aos R$ 124,6 milhões faturados no mesmo período de 2015. No semestre, o faturamento foi de R$ 264,2, aumento de 5,4% na comparação com os R$ 250,6 faturados no mesmo período do ano passado.