A nova data para a entrega das propostas para o primeiro FPSO para o Campo de Libra será o dia 16 de janeiro. A Petrobrás estava pronta para receber os lances na próxima semana, mas se viu obrigada a fazer a prorrogação do prazo, atendendo pelo menos aos pedidos de dois consórcios que vão participar da concorrência em função da nebulosidade que cerca as mudanças no conteúdo local. O FPSO piloto Libra será gigante, com capacidade para 180 mil barris por dia de petróleo e 12 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural. A entrada em operação está prevista para o segundo semestre de 2020. Os concorrentes mais fortes são os mais tradicionais como a japonesa MODEC e a holandesa SBM. Concorrerão também a BW Offshore, Bluewater e Bumi Armada.
A questão do conteúdo local será posta em prática nesta concorrência. Há muitas informações em off e muitos desencontros na expectativa do anúncio do governo sobre quais serão as novas regras. Este não é o primeiro atraso. A licitação tinha sido cancelada porque a Petrobrás considerou os preços elevados demais se comparados aos preços internacionais na primeira tentativa. O presidente da empresa, Pedro Parente, chegou a dizer que havia diferença de 40%, mas não foi claro sobre se esta diferença era no preço final ou no preço de fabricação de alguns equipamentos.
As propostas para o FPSO de Sépia deve ficar mesmo para o final do mês de janeiro ou, no máximo, para o início de fevereiro do ano que vem. A empresa renovou os termos dos dois projetos reduzindo os requisitos de conteúdo local, depois de não ter conseguido preços competitivos. O que se diz é que a nova proposta eliminou completamente os requisitos de conteúdo local no casco, com percentagens para fabricação e integração de topsides reduzidas para 20% e 25%. Os sistemas de amarração foram reduzidos para 60%, em média. A Petrobrás já solicitou a ativação de cláusulas de dispensa com a Agência Nacional de Petróleo para facilitar os requisitos de conteúdo local e evitar penalidades de não conformidade, mas a agência ainda está analisando os pedidos, além de ter demandado mais informações da estatal para explicar a solicitação.
A Petrobrás opera a Libra com uma participação de 40%. Os parceiros no campo são a Shell, que tem 20%, a Total, com 20%, a China National Petroleum Corporation, com 10%, e a China National Offshore Oil Corporation, com 10%.