Wellington Serrano
Mesmo a Petrobras afirmando que vai contratar empresas estrangeiras instalada no país e atuando conforme as leis brasileiras para gerar empregos e movimentar a economia do município de Itaboraí no Rio de janeiro, os trabalhadores do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), fizeram, nesta terça-feira (31), uma grande passeata pelas ruas da cidade pedindo a volta das obras na unidade. O ato, organizado pelos Sindicatos dos Metalúrgicos de Niterói e Itaboraí, Sintramon (Montagem Industrial) e Sinticom (Construção Civil), percorreu cerca de cinco quilômetros partindo do Trevo da Reta (entrocamento entre a BR 101 e a RJ 116 que dá acesso ao Comperj) até a Praça Mal. Floriano Peixoto, em frente à Prefeitura, no centro da cidade.
O movimento é uma reação ao anúncio da Petrobras, em janeiro, de que as obras na Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) seriam retomadas em 2018 e apenas com empresas estrangeiras. A manifestação ganhou o apoio de populares ao longo do trajeto. A unidade de processamento é considerada essencial para atender o gás que será produzido nos campos do pré-sal na Bacia de Santos.
Edson Rocha, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos e Diretor da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT), cobrou mais transparência do presidente do Petrobras, Pedro Parente, nas negociações com a classe trabalhadora, disse que está cansado das falsas promessas e pediu respeito. “Em Niterói, temos 3.500 metalúrgicos demitidos pelo estaleiro Mauá sem receber suas indenizações e amargando sérios problemas financeiros. Enquanto isso, o dono da empresa viaja pra lá e pra cá de avião sem ser incomodado pela Justiça. Isso é inaceitável”, desabafa.
Os dirigentes sindicais lembraram ainda a decadência que vive o comércio da cidade após o fechamento do Comperj. “O comércio local deixou de empregar milhares de famílias. Todos estão perdendo com a paralisação do Comperj. Os grandes, médios e pequenos empresários estão fechando as portas. Isso faz com que a criminalidade aumente. A retomada imediata das obras é boa pra todo mundo”, afirma Manoel Vaz de Lima (Manoelzinho), presidente do Sinticom. Já Paulo César Quintanilha, presidente do Sintramon, reforçou que o ato é apenas o primeiro de uma série programada para 2017. “Temos uma nova data já agendada para 16 de março. As mobilizações irão acontecer até que a Petrobras escute os trabalhadores”, disse.
Prefeitos vão se reunir com presidente da Petrobras
Os 11 prefeitos dos municípios que formam o Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento da Região Leste Fluminense (Conleste) vão se reunir, no próximo dia 14 de fevereiro, com o presidente da Petrobras, Pedro Parente, para discutir a importância da retomada dos investimentos na indústria naval e no Comperj, além do repasse dos royalties para os municípios.