Licitação para o afretamento do FPSO de Sépia pode parar novamente na Justiça, o que se confirmado atrasará ainda mais o cronograma da Petrobras
A SBM avalia a possibilidade de recorrer à Justiça para tentar retornar à licitação do FPSO de Sépia e garantir a abertura de seu envelope comercial. A empresa foi desclassificada no rebid da Petrobras por não atender à cláusula do edital que exige a assinatura de acordo de leniência para as empresas com pendências judiciais e teve seu pedido de recurso indeferido pela comissão de licitação.
A medida vem sendo analisada pelo board da companhia na Holanda, com o apoio do escritório do Brasil e suporte de dois escritórios de advocacia do Rio de Janeiro. No mercado, comenta-se que o preço da companhia teria ficado abaixo da cotação da Modec, empresa que apresentou o menor preço no rebid de Sépia, com a proposta de cerca de US$ 720 mil/dia, seguida pela Exmar, que ofertou uma taxa diária de US$ 810 mil dia. A decisão final será tomada ao longo de maio.
Os rumores são de que a SBM teria cotado o serviço pouco abaixo do patamar de US$ 700 mil/dia. As propostas comerciais da licitação foram abertas no fim da semana passada e o resultado da licitação ainda não foi homologado.
A comissão de licitação permanece fazendo a análise das ofertas financeiras, etapa que promete se estender por pelo menos até o fim de maio. A BW Offshore também foi desclassificada, mas ao contrário da SBM, não entrou com pedido de recurso.
Destinado à área da cessão onerosa, o FPSO de Sépia será equipado com uma planta de 180 mil b/d de óleo e capacidade para processar 12 milhões de m3/d de gás. A Petrobras vem tentando contratar uma unidade de produção para o projeto há quase dois anos.
De acordo com o cronograma do Plano de Negócios da Petrobras 2017-2021, o FPSO de Sépia entraria em operação em 2020, mas diante das tentativas frustradas de contratação é dado como certo que essa data seja revisada no PN-2018-2022.
No ano passado, seguindo a mesma estratégia traçada em Libra, a Petrobras entrou com pedido de waiver para o FPSO de Sépia. Como a petroleira e o governo discutem, no momento, a revisão dos detalhes do contrato da cessão onerosa, o processo está paralisado, sem qualquer previsão de data.