O presidente da Petrobras, Pedro Parente, disse que apesar de a estatal ter anunciado que vai retomar negociações com a Sete Brasil, não há nenhum acordo para que a empresa compre sondas da fornecedora, que está em recuperação judicial.
“Nosso único compromisso nesse momento é sentar na mesa de negociações, com abertura para olhar se as coisas podem prosseguir, mas não tem nenhum compromisso antecipado da nossa parte”, disse Parente, após participar de evento em São Paulo.
A Sete Brasil foi criada para construir sondas para a petroleira explorar o pré-sal. Mas os negócios foram interrompidos após denúncias relacionadas a operação Lava Jato mostrarem irregularidades nos contratos com a estatal.
Segundo Parente, a Petrobras “sempre foi a favor de uma solução negociada com a Sete Brasil”, mas não havia iniciado as conversas porque o Fundo de Investimentos em Participações (FIP) que controla a empresa não estava interessado.
“E não é que tenham decidido participar, mas recebemos um pedido na discussão com o juiz responsável [pelo caso] para que a gente concordasse em negociar mesmo com a ausência do fundo. Achamos que deveríamos atender a esse pedido”, explicou.
Energias renováveis
Parente também disse que ainda que a Petrobras tenha se comprometido a investir apenas em petróleo e gás pelos próximos cinco anos, a empresa pode voltar a apostar em energias renováveis após esse período, depois de diminuir o seu endividamento.
“Para os próximos cinco anos, sob o ponto de vista de negócios, a definição da Petrobras é muito clara: nós estaremos fora de tudo aquilo que não é óleo e gás. Porque ainda temos uma dívida muito elevada e precisamos reduzir para um nível que não seja superior a 2,5 vezes a nossa geração de caixa no final do ano que vem”.
Ele afirmou que, durante esse período, a companhia seguirá desenvolvendo novas tecnologias para o setor de combustíveis.
“Nós achamos que após esses cinco anos e à luz do que mostrarem esses estudos [em tecnologia], lembrando que estamos no primeiro semestre do primeiro ano desses cinco anos, então a empresa vai decidir o que vai fazer em relação a isso.
Durante sua apresentação no evento, Parente comentou que a Petrobras investiu R$ 52 bilhões em 2016, o equivalente a 5% do PIB, mas que essa fatia já chegou a 12% e pode retornar a esses patamares no futuro.