Ramboll Environ de olho em revitalização de plataformas brasileiras

  • 11/07/2017

Em entrevista à Brasil Energia Petróleo, executivo da companhia vislumbra possibilidade de negócios em Campos e Santos

Nadir Azam, gestor do segmento de Estruturas Fixas da Ramboll Environ (Cortesia)

A companhia dinamarquesa Ramboll Environ prevê oportunidades para extensão da vida útil de plataformas no Brasil. Este mês, a companhia enviou o engenheiro estrutural e principal gestor da Área de Estruturas Fixas da matriz da Ramboll, em Copenhague, Dinamarca, ao país para buscar oportunidades de entrada no mercado brasileiro. Em entrevista à Brasil Energia Petróleo, Azam, prevê demanda principalmente nas bacias de Campos e Santos. “Acho que a demanda será enorme”, afirma.

Porque a companhia se interessou pelo mercado brasileiro?

N: Estou aqui para oferecer a extensão do tempo de vida das unidades de produção para o mercado brasileiro. Há diversas oportunidades no Brasil e acredito que o mercado está interessado. Acho que a demanda será enorme, pois há muitas unidades de produção no offshore com mais de 20 anos de operação. Vemos demanda principalmente em Campos e Santos, mas todas as plataformas podem receber nossos serviços. Hoje, são mais de 200 instalações offshore no país, sendo 90 fixas e, destas, 50% tem mais de 25 anos de utilização.

Como vocês estão vendo a demanda no Brasil?

N: O projeto de uma unidade prevê a atuação por um tempo específico, mas quando a plataforma atinge esse tempo, é hora de removê-la. Como no Brasil em muitas áreas ainda há muito óleo sobrando após este tempo, vemos interesse das companhias em manter as unidades. Já estamos em discussões com algumas empresas, mas ainda em fase confidencial.

Qual é o ganho com a extensão da vida útil das plataformas?

N: O tempo depende caso a caso, mas já conseguimos estender algumas por até quinze anos. Colocamos sensores nas plataformas para entender melhor o comportamento e, assim, quando há algum dano na estrutura, podemos analisá-lo. Também podemos aplicar estes serviços em novas instalações, regiões onde ocorreram mudanças climáticas, por exemplo, ou onde houve problemas de projeto, acidentes, navios que se bateram… Mas aqui estou vendendo mais a extensão do tempo de vida útil pois sei que é um assunto mais quente no Brasil no momento.

Quais são as particularidades desse segmento no Brasil?

N: Já trabalhamos nisso no Mar do Norte e no Oriente Médio e olhamos para o Brasil como um mercado de oportunidades. Ainda não sei exatamente quais serão as grandes diferenças entre aqui e outros mercados. No Mar do Norte, por exemplo, as condições climáticas são mais difíceis. Mas veremos.

Fonte: Brasil Energia – Gabriela Medeiros
11/07/2017|Seção: Notícias da Semana|Tags: |