Etapa de qualificação técnica se estende por tempo maior que o esperado, por conta das mudanças no balcão de risers, e abertura dos preço pode ficar para julho
A etapa de qualificação técnica da licitação para o afretamento de um FPSO para o piloto de Libra vai se estender mais que o esperado. A Petrobras tem solicitado apoio às empresas do consórcio de Libra na análise de alguns detalhes técnicos, já antecipando aos parceiros que essa fase irá se estender até o fim de junho, quando a expectativa é abrir as propostas comerciais.
Nos bastidores, os comentários são de que as dificuldades enfrentadas na qualificação estão relacionadas às mudanças introduzidas mais recentemente na concepção técnica do balcão de risers da unidade. Na versão original, o FPSO do piloto de Libra teria que ser projetado para receber risers flexíveis, mas o consócio resolveu solicitar aos participantes uma solução capaz de receber linhas rígidas e flexíveis.
Entre as empresas houve divergência sobre o tipo de unidade a ser utilizada na conversão, diante das alterações de projeto. Alguns proponentes concluíram que para suportar exigências do riser a conversão precisará ser feita a partir de um ULCC (Ultra Large Crude Carrier), enquanto outros seguirão apostando nos VLCC (Very Large Crude Carrier), navios de menor porte.
A licitação do FPSO Piloto de Libra está sendo disputada pela Modec, SBM, BW Offshore e a Bluewater. As propostas foram recebidas no fim de abril e, desde então, o consórcio trabalha na avaliação técnica, convocando as empresas a fazerem diversos esclarecimentos.
A meta do consórcio do Libra é enviar as informações e as conclusões da licitação para a ANP em julho. O resultado da licitação será utilizado pela agência para definir sua posição em relação ao pedido de waiver da unidade de produção.
Embora não haja prazo estabelecido para a análise do pedido de waiver, o consórcio de Libra tem a expectativa de que a decisão da ANP seja tomada um mês depois de entregue os documentos finais. “Não sabemos de que forma o waiver vai sair, mas para nós é importante que saía em um período curto, pois precisa começar”, afirma uma fonte do consórcio de Libra.
O FPSO Piloto terá capacidade para produzir 180 mil b/d de óleo e comprimir 12 milhões de m3/d de gás, ficando interligado a 17 poços (oito produtores e nove injetores). A unidade será instalada na área Noroeste de Libra.