Reunião na ANP sobre conteúdo local marcou reaproximação entre petroleiras e indústria; um novo encontro foi marcado para setembro
Ainda não foi na reunião desta sexta-feira (25/8) que representantes da ANP, Petrobras, Abespetro, Abimaq e Sinaval chegaram a um acordo sobre o conteúdo local de plataformas offshore. No entanto, o encontro na sede da agência reguladora, no Rio de Janeiro, serviu para reaproximar petroleiras e indústria, cujos interesses parecem começar a convergir, após um ano de fortes desencontros. Um novo encontro foi marcado para a segunda semana de setembro para continuar o debate.
A reunião foi dividida em duas etapas, a primeira delas com a Abimaq e a segunda, com o Sinaval. Em ambas estavam presentes o diretor da ANP, Décio Oddone, além da diretora de E&P da Petrobras, Solange Guedes, o gerente geral de Gestão de Projetos em Libra, Fernando Borges, o presidente da Abespetro, José Firmo, e o secretário executivo da associação, Gilson Coelho.
Representantes das instituições apresentaram suas posições sobre a proposta da ANP que flexibiliza as exigências de conteúdo local, permitindo que os concessionários responsáveis pela operação de áreas arrematadas a partir da sétima rodada possam optar por trocar o regime vigente em seus contratos pelas regras aprovadas para os novos leilões, que terão compromissos locais menores.
Fontes consultadas pela Brasil Energia Petróleo, consideraram boa a reunião. Essa é a primeira tentativa de conciliação sobre a questão. “Foi uma reunião de abertura, de engajamento e de aproximação. Todos expuseram seus pontos de vista e suas necessidades de forma pragmática, com a intenção real de aproximação na direção de encontrar uma solução”, afirmou um executivo presente ao encontro.
A proposta de flexibilização do conteúdo nacional elaborada pela ANP foi colocada em consulta pública em meados de julho. As empresas têm até o dia 18 de setembro para enviar suas contribuições.
Representando a Abimaq, estiveram o presidente executivo José Velloso, o presidente do Conselho de Óleo e Gás César Prata, o vice-presidente da Sede Regional do Rio de Janeiro, Marcelo Campos, e o diretor Comercial da Tenaris, Idarílio Nascimento.
A associação reforçou sua proposta de um conteúdo local global de 25% para FPSOs, sendo 20% de bens adquiridos no Brasil, 4% de serviços e 1% de engenharia. O sentimento entre os dirigentes é que o pleito tem viabilidade, pois foi negociado com a Abespetro (que representa os fornecedores de bens serviços dos primeiros elos da cadeia), com a “bênção” da Petrobras.
À Brasil Energia Petróleo, o presidente da Abimaq declarou que a reunião não teve nada de especial. “Apenas mais uma tentativa da ANP de buscar um entendimento entre as partes”, disse Velloso.
Na próxima semana, a Abimaq se reunirá com a Abespetro e o Sinaval para chegar a um relatório final que será apresentado em uma nova reunião com a ANP e a Petrobras, que deve ocorrer em setembro.
Já o Sinaval foi representado pelo seu presidente, Ariovaldo Rocha, além do vice-presidente Fernando Barbosa, o assessor da presidência, Jorge Faria, e por associados do sindicato, entre eles Maurício Almeida (ex-executivo do estaleiro MacLaren Oil), Guilherme Pinto (Queiroz Galvão) e Luiz Felipe Camargo (EBR).
No encontro, a Petrobras apresentou sua demanda de plataformas até 2021 e indicou que a fabricação e integração de módulos das unidades de produção será feita no Brasil.
Embora nenhum documento com percentuais de conteúdo local tenha sido apresentado, Rocha considerou positivo o balanço do encontro. “Foi uma reunião amistosa, que já representa um avanço por estarmos retomando um canal de diálogo, com um apoio muito trabalhado pelo Décio (Oddone, diretor geral da ANP), observou o presidente do sindicato.
Procurado, Oddone não quis comentar a reunião, realizada na sede da agência. O IBP não foi convocado para a reunião.