Petrobras e Modec trabalham no reparo do flare do FPSO de Lapa, que teve atividades interrompidas há quase 20 dias
A produção do FPSO Cidade de Caraguatatuba, instalado no campo de Lapa, no cluster de Santos, segue interrompida, ainda sem previsão de retorno.
Quase 20 dias dias após detectar uma rachadura na torre do flare da unidade, em meados de setembro, Petrobras e Modec trabalham no reparo do equipamento e avaliam as causas do problema. A perda de produção acumulada já é de 1,045 milhão barris de óleo e 28,5 milões m3 de gás.
Segundo informações da Petrobras, foram realizados reforços estruturais na base do flare e não será necessário rebocar a unidade de produção para um estaleiro. A petroleira e a Modec criaram uma comissão multidisciplinar para apurar as causas do acidente.
Em resposta via e-mail, a Petrobras afirma que a companhia e a Modec “estão tomando todas as medidas necessárias para finalizar o reparo e retomar a produção de maneira segura” e que não há prazo definido para a conclusão do trabalho de investigação das causas do incidente. Parte da tripulação foi retirada da unidade logo depois que o problema foi detectado, sendo mantidos a bordo 88 profissionais para o reparo do equipamento.
Segundo a petroleira, não há indícios de que um evento climático extremo tenha causada o problema, como chegou a circular no meio. O FPSO estava em operação desde meados de dezembro e, no momento do incidente produzia 55 mil b/d de óleo e cerca de 1,5 milhão de m3/d de gás, por meio de três poços produtores, além de um injetor.
O campo de Lapa é operado pela Petrobras, mas um acordo firmado com a Total, em março, prevê a transferência da operação e a venda de 35% da sua participação para a companhia francesa. O negócio aguarda o aval das autoridades brasileiras. Pelo escopo atual, a Petrobras detém 45% do ativo, ficando os outros 55% divididos entre a Shell (30%) e a Repsol Sinopec (25%).
Indagados durante a sessão pública da 14ª rodada sobre a previsão de retorno de operação do FPSO, o presidente da Total, Maxime Rabilloud, e a diretora de E&P da Petrobras, Solange Guedes, preferiram não comentar o assunto.
O casco do FPSO Cidade de Caraguatatuba foi construído pela Mitsui Engineering & Shipbuilding Co, em Chiba, Japão. Os módulos e demais estruturas foram fabricados em diferentes localidades da Ásia. O comissionamento foi dividido entre o Brasil e Singapura.
Antes de entrar em operação, o FPSO Cidade de Caraguatatuba ficou seis meses na locação aguardando a liberação da licença ambiental. Localizada a cerca de 270 km da costa do estado de São Paulo, a unidade de produção está instalada em lâmina d´água de 2,14 mil m.
Além do Caraguatatuba, capacitado para produzir 100 mil b/d de óleo e comprimir 5 milhões de m3/d de gás, a Modec possui outros dez FPSOs em operação no Brasil, dos quais quatro operam em ativos do pré-sal.