Como é a construção de um navio de guerra moderno?

  • 31/01/2018

Em 2012 o Poder Naval visitou uma fragata FREMM em construção na França

Em setembro de 2012 o Poder Naval visitou a França para participar do Press Tour promovido pela DGA (Direction Générale de l’Armement – Direção Geral de Armamento), GICAN (Groupement des Industries de Construction et Activités Navales – Grupo de Indústrias de Construção e Atividades Navais) e Marinha Francesa (Marine Nationale).
Os jornalistas convidados puderam conhecer nos quatro dias corridos as bases navais de Toulon e Brest e visitar navios de guerra franceses, além de travar contato com empresas francesas e suas tecnologias empregadas em armamentos e sistemas.

Uma das etapas do Press Tour foi conhecer uma fragata FREMM em construção. Em Lorient visitamos as instalações da DCNS (atual Naval Group) e estivemos a bordo da da Normandie (D651), segunda fragata FREMM construída originalmente para a Marinha Francesa e se encontrava em acabamento. Na data em que estivemos a bordo, o trabalho estava a todo vapor para preparar o lançamento, realizado mais tarde, em 18 de outubro.

A Normandie foi a segunda (a primeira foi a Aquitaine) de 11 fragatas encomendadas em dois contratos (nove na versão antissubmarino e duas especializadas em defesa aérea) pela DGA, através da OCCAR (organização conjunta de cooperação em armamento) para a Marinha Francesa. Mais tarde o número de unidades previstas foi reduzido para 8, em favor da aquisição de 5 fragatas FTI. A Normandie acabou sendo transferida em 2015 para o Egito, rebatizada como Tahya Misr.

Na ocasião da nossa visita, a estavam construindo cinco fragatas para a Marinha Francesa, Aquitaine, Normandie, Provence, Languedoc e Auvergne, e uma para a Marinha Real do Marrocos, a Mohammed VI, que também vimos no estaleiro, juntamente com outras seções das próximas fragatas da classe em vários estágios de construção.

Ficamos impressionados com a organização e a preocupação com a segurança no ambiente de trabalho. As equipes atuam em diferentes turnos e são organizadas para que uma não atrapalhe a outra.

Equipes de solda e de pintura, por exemplo, não trabalham no mesmo turno, para reduzir o risco de incêndios. A quantidade de cabos elétricos e fios soltos é absurda, parecendo até que jamais serão colocados nos devidos lugares, mas os técnicos em poucas semanas dão ordem ao caos.

Os displays de Centro de Operações de Combate já estavam no compartimento desde o início da construção para facilitar a instalação de grandes peças, sendo protegidos para evitar danos durante o acabamento do navio.

As fotos deste post dão uma ideia da complexidade da construção da fragata Normandie.

A FREMM Normandie agora é a Tahya Misr na Marinha do Egito

Fonte e imagens:  Poder Naval (www.naval.com.br)
31/01/2018|Seção: Notícias da Semana|Tags: |