Ofertas apresentadas em licitação da Petrobras contemplam a construção de embarcações de bandeira brasileira
Após um hiato de praticamente quatro anos, estaleiros brasileiros podem voltar a fechar novas encomendas no apoio marítimo. Isso porque sete das 39 ofertas recebidas em uma licitação da Petrobras para afretar barcos de apoio a mergulho raso (SDSV) contemplam new builds.
A expectativa gira principalmente em torno da Belov Engenharia, que foi a melhor classificada nos lote B e D, com os cascos BLV 101, 104 e 103. As taxas diárias globais propostas foram de US$ 38,1 mil, US$ 40,9 mil e U$ 39,1 mil, respectivamente.
A companhia também está bem posicionada no lote C, com os cascos BLV 102 (US$ 39,1 mil) e 105 (US$ 41,5 mil), ocupando a segunda e terceira colocação, respectivamente – atrás do Oceânica Sub V, da Oceânica (US$ 37,9 mil).
A última empresa também ofertou um new build no lote D (TBN/ SDSV 01), por US$ 42,5 mil, mas seu bid ficou em quinto lugar, atrás de outro casco da Belov (BLV 106), cujo afretamento foi proposto por US$ 41,5 mil.
A Oceânica foi, por outro lado, a melhor colocada no lote A com o Oceânica Sub IV, à taxa global de US$ 37,9 mil. Assim como o Sub V, a embarcação foi construída pelo Estaleiro Arpoador, no Guarujá (SP).
A eventual contratação dos new builds não implica, contudo, obrigatoriamente que serão construídos no Brasil. Isso porque a bandeira brasileira, que é exigida pela Petrobras, pode ser obtida via Registro Especial Brasileiro (REB) mediante pagamento de impostos.
Existe, no entanto, forte expectativa de que parte desses barcos seja fabricada no país caso venham a ser afretados pela estatal.
Além da Belov e Oceânica, participam da licitação a Sistac, Asso Marítima, Bram Offshore, Farstad Shipping, Up Offshore e CBO.
O edital da concorrência prevê contratos com duração de três anos, com início previsto em janeiro de 2019, no caso do lote A; janeiro de 2020 (lote B); outubro de 2020 (lote C); e janeiro de 2021 (lote D).
O escopo inclui a prestação de serviços técnicos especializados de inspeção e manutenção de sistemas e equipamentos submarinos com a utilização de mergulho até 50 m de profundidade e robôs submarinos de operação remota (ROVs).
Prorefam
A última leva de contratos para construção de embarcações de apoio offshore no país foi fechada em 2014 com os armadores que venceram a sexta e sétima rodadas do Prorefam, o programa de renovação da frota de apoio marítimo da Petrobras.
Na época, havia a expectativa de que a petroleira lançaria uma oitava rodada de contratações, mas, com a queda dos preços do barril, a estatal acabou reduzindo a previsão de demanda por barcos de apoio nos anos subsequentes.